Deixar farmacêuticas enriquecerem, ou acabar com a Covid?
EUA quer revelar fórmulas das vacinas. Falta a Europa querer também.
EUA quer revelar fórmulas das vacinas. Falta a Europa querer também. O objetivo foi revelado pelo executivo de Joe Biden quando anunciou suspender temporariamente nesta questão, os direitos da propriedade intelectual relativas às patentes das vacinas.
A intenção prende-se com a necessidade de poder democratizar o acesso à vacina em todo o mundo, principalmente nos países mais pobres, onde esta escasseia.
Com as novas mutações da pandemia, enquanto esta não estiver controlada, a ameaça continua a pairar em todo o mundo e até tornar obsoleta as vacinas atuais.
A posição dos EUA foi reiterada numa reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio), após a Índia e a África do Sul revelarem opinião semelhante.
“Estes dois países pretendem usar as suas fábricas para produzir localmente vacinas, multiplicando a capacidade mundial e contribuindo para corrigir as assimetrias que fazem com que a esmagadora maioria das vacinas tenha sido canalizada para os países ricos”, pode ler-se num artigo do ´Público´.
A ideia tem tido o apoio de cerca de 170 países, mas as decisões da Organização Mundial de Comércio têm que ser tomadas por unanimidade, pelo que ainda falta a União Europeia, Suíça e Reino Unido, finalmente desbloquearem esta situação.
As grandes farmacêuticas têm resistido a estes apelos ao levantamento das patentes.
A cura para a pandemia virou, aparentemente, um negócio bilionário e não uma questão humanitária para as farmacêuticas. Revoltar-se-ão os europeus nessa questão, como se revoltaram com a Superliga de futebol? A bola está neste momento nas mãos da Europa.
Texto: "Stephane Oliveira"