Jean-Pierre Adams e Bernadette Adams estão juntos há 52 anos, mas um erro médico deixou o ex-futebolista em estado vegetativo. Conhecido como o “Gigante Adormecido”, o franco-senegalês está em coma há 39 anos.

O dia 17 de março de 1982 ficará para sempre marcado na vida deste casal depois de Jean-Pierre ter sido submetido a uma simples operação ao joelho no Édouard Herriot Hospital, em Lyon. O que seria para melhorar a sua qualidade de vida, tornou-se num pesadelo. É que lhe foi administrada uma dose quase letal de anestesia antes da cirurgia, o que levou à falta de oxigénio no cérebro e ao coma profundo do qual ainda não acordou. Os funcionários do hospital foram condenados por negligência sete anos depois, sendo que foram suspensos durante um mês e tiveram que pagar uma multa de 750 euros.

Hoje, aos 73 anos, o craque internacional, que jogou pela seleção francesa, está aos cuidados da sua esposa Bernadette que o tem apoiado incondicionalmente, alimentando-o e dando-lhe banho, sem nunca sair do seu lado. Jean-Pierre está em casa, perto de Nimes, em França, e apesar de não se conseguir comunicar nem expressar, consegue respirar, sentir e tossir.

"As pessoas no Facebook dizem que devíamos desligar as máquinas, mas ele não está ligado! Eu simplesmente não tenho coragem de parar de lhe dar comida e água", revelou Bernadette, citada pelo The Sun.

"Ele tem uma rotina normal. Ele acorda às 7 horas, come... Ele pode estar em estado vegetativo, mas pode ouvir e sentar-se numa cadeira de rodas", acrescentou.

No ano passado, Bernardette explicou à CNN que "ninguém se esquece de dar presentes a Jean-Pierre, seja no seu aniversário, no Natal ou no Dia dos Pais". É importante referir que Jean-Pierre tem dois filhos: Laurent e Frédéric.

Jean-Pierre completou mais um ano de vida no início deste mês e a mulher costuma comprar-lhe presentes como roupas e produtos de higiene. “Compramos presentes como uma camisa ou uma camisola porque eu visto-o na sua cama. Ele muda de roupa todos os dias”, contou.

"Vou comprar coisas para que ele tenha um quarto bonito, como lençóis bonitos ou algum perfume. Ele costumava usar Paco Rabanne, mas o seu favorito foi descontinuado, então agora eu compro Sauvage by Dior."

Bernardette tem uma ligação muito forte com o marido. Um exemplo disso é quando se ausenta e os cuidadores percebem a diferença de humor. "Ele sente que não sou eu a alimentá-lo nem a cuidar dele. São as enfermeiras que me dizem que ele não é o mesmo. Acho que ele sente as coisas. Ele deve reconhecer o som da minha voz também", explicou.

Quanto à hipótese de eutanásia? Está fora de questão. Bernardette recusa-se a desistir do marido. “Todos esperam que ele saia do coma, mas quanto mais o tempo passa, mais difícil é. O estado dele não piora, quem sabe? Se um dia a ciência médica evoluir, por que não? Haverá um dia em que saberão fazer algo por ele? Não sei", disse, esperançosa.

Fonte: "SIC Mulher"