
Afinal, quanto tempo sobrevive o coronavírus no organismo?
Estudos indicam que permanece, em média, 20 ou 21 dias, e há casos que podem chegar aos 37 ou mais dias. Não se sabe se estas pessoas são transmissoras ou não.
Há pessoas que, ao fim de mais de 30 dias, continuam a testar positivo e as investigações científicas ainda não têm resposta para isso.
O humorista Fernando Rocha é um desses casos. A primeira vez que fez o teste foi a 27 de março e, há poucos dias, fez o sexto e o resultado foi positivo – pelo meio testou negativo, mas o exame seguinte deu positivo novamente (são necessários dois negativos seguidos para considerar a pessoa curada).
“Ainda não sabemos porque é que isto acontece. Sabemos que há muita heterogeneidade, há pessoas que poder permanecer com a doença 30, 40 ou 50 dias, mas ainda não é claro porque é que isso acontece”, diz Ricardo Mexia, epidemiologista e presidente da presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública.
Ainda subsistem muitas dúvidas sobre se os doentes podem ou não transmitir a Covid-19 a outros e, por isso, mantém-se como “precaução a medida de isolamento”, explica Saraiva da Cunha, diretor do Serviço de Infecciologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. “Podem ser restos de vírus e julga-se que estas pessoas já não sejam transmissoras, mas não há certezas.”
Os estudos já publicados sugerem que, em média, são 20 ou 21 dias o tempo que o novo coronavírus permanece no organismo.
Uma investigação publicada na revista científica The Lancet, depois da análise de 191 pacientes internados em dois hospitais em Wuhan, na China, conclui que o vírus sobrevive, em média, 20 dias no nosso corpo, mas o caso mais longo foi de 37 dias – sendo que o mais curto foi de 14.
Um outro estudo, publicado a 21 de abril, na revista científica britânica The BMJ – antes conhecida como The British Medical Journal – indica que, nos casos mais graves, o vírus permanece, em média, 21 dias e, nos mais leves, 14 dias. Esta pesquisa, feita com cerca de 3 400 amostras de secreções respiratórias, urina, sangue e fezes de quase 100 pacientes num hospital de Zhejiang, também na China, também indicou que, nos casos menos complicados, o pico da carga viral ocorre na segunda semana da infeção.
Fonte:Visão