Tirsense a trabalhar em Luanda não consegue voltar para Portugal
Falta de voos de repatriação e preços exorbitantes das agências de viagens são as principais causas.
Os portugueses sempre foram um povo migratório, sem medo de sair do seu país para lutar pelas melhores condições, ajudando a enriquecer tanto a sua família como, através disso, a própria pátria. Mas como ficam os emigrantes portugueses que querem regressar ao seu país em época de pandemia, quando não se encontram na europa?
A Santo Tirso TV traz o relato de um tirsense retido em Angola, que busca desesperadamente uma solução para regressar para junto dos seus.
A trabalhar em Luanda há algum tempo, este cidadão vive, neste momento, num estado de medo. A empresa onde trabalha tudo tem feito para lhe assegurar todas as comodidades e condições de vida necessárias, mas como o próprio frisa, encontra-se num país "onde a informação é controlada e manipulada”. Este facto leva a que o povo angolano, na generalidade, “seja pela falta de formação, seja pela forma como lhe é transmitida a informação, culpe os portugueses e todos os europeus pela chegada do novo coronavírus”.
O tirsense recorreu ao Consulado Geral de Portugal em Luanda e aos meios governamentais disponíveis, para resolver a sua situação e regressar.
Em resposta aos seus emails e contactos apenas lhe enviaram formulários para preencher. Sem respostas concretas, foi-lhe recomendado que estivesse atento às viagens das agências e que tentasse marcar a sua viagem por conta própria. Através de pesquisa, e nas palavras do mesmo, foi possível apurar que “as agências de viagens estão a fazer negócio à custa das pessoas desesperadas”.
Para além da insegurança em relação à sua integridade física e psicológica, e tendo em conta "o controlo dos media por parte das autoridades angolanas, a falta de condições higiénicas e sanitárias do próprio país", alega, faz com que "se não voltar rapidamente, será também ele contaminado", acredita.
“As casas não têm janelas, não têm portas” (…) “até ao momento estão confirmados três casos em Angola, mas são mais casos de certeza, só que não os divulgam”.
O "Governo não pode negligenciar quem se vê forçado a trabalhar no estrangeiro para dar as melhores condições à sua família. Deixamos aqui um apelo de ajuda a este tirsense e a todos os portugueses que se encontram em situações idênticas", diz fonte próxima do retido.
Vídeo amador enviado por tirsense retido em Angola, mostra situação atual do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, na cidade de Luanda.