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Amazónia desaparece a um ritmo de 2000 campos de futebol por dia
Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais brasileiro, que revelou um aumento de 30% em relação ao ano anterior. A maior subida desde 1998.
Uma área de 9762 km² foi desflorestada entre agosto de 2018 e 31 de julho deste ano, representando um aumento de 29,5% — a maior percentagem desde 1998, ano em que a devastação teve um aumento de 31 por cento. Os dados são do PRODES, um projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que desde 1988 mede as taxas anuais de desflorestação.
O índice apresentado no dia 18 de novembro foi o mais alto de desflorestação desde 2008, nesse ano a área devastada foi de 12 911 km². O ministro brasileiro do Ambiente, Ricardo Salles, numa conferência na sede do INPE, atribuiu o aumento a atividades como a exploração de minério, extração de madeira e ocupação ilegal do solo. Em resposta ao jornal brasileiro Globo, o ministro não rejeita a hipótese de usar militares no combate à desflorestação e acrescentou que há um debate em torno de um possível retorno do Fundo Amazónia. Recorde-se que o fundo - que desde 2008 recebeu 3,4 mil milhões de reais (cerca de 730 milhões de euros) em doações de países como a Alemanha ou Noruega – foi desmantelado depois de Salles afirmar que tinha havido irregularidades na gestão dos fundos e de tentar mudar o conselho de administração.
Confrontado com os dados do INPE pelo Globo, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, questionou se as mesmas perguntas eram feitas à ex-ministra do Ambiente, Marina Silva, que, segundo ele, foi a recordista da desflorestação. Em agosto deste ano, Bolsonaro questionou a credibilidade dos dados do mesmo instituto, aquando do anúncio de um aumento de 88% de desflorestação em relação ao mês homólogo de 2018. O presidente brasileiro afirmou que os números eram “mentirosos” e acusou o ex-diretor do INPE de “estar ao serviço de uma ONG”.
A credibilidade do PRODES é reconhecida pelos cientistas brasileiros e internacionais. Este projeto, que funciona através da utilização de satélites com a ajuda da China e do Reino Unido, é determinante no planeamento de políticas públicas da Amazónia. Um estudo publicado na Science, a partir de análises realizadas por especialistas independentes, indica um nível de precisão próximo dos 95 por cento.
Fonte:Visão