"Quanto vale uma vida humana?"
CAR-T e CRISPR: a resposta para grande parte das doenças poderá estar aqui. Se as farmacêuticas deixarem…
E se lhe disserem que pode curar praticamente todas as doenças do mundo? Por enquanto esse cenário, outrora utópico, está agora a começar a tornar-se real, mas apenas para pessoas ricas, ou dispostas a servirem de cobaias.
A evolução da engenharia genética está a tomar um caminho que parece ser irreversível para a ciência.
Com o mistério do genoma humano descortinado, a ciência encontrou mais especificamente no nosso ADN muitas das causas para doenças congénitas.
Laboratórios de investigação e farmacêuticos estão a dispensar grande parte do seu tempo em tentar perceber para diversas doenças raras e outras mais comuns. Diversas experiências têm tido resultado positivo, tal como sucedeu recentemente no IPO do Porto, como oportunamente noticiado pela Santo Tirso TV, quando um paciente recuperou totalmente do cancro que padecia.
“QUANTO VALE UMA VIDA HUMANA?”
O mesmo tem acontecido noutras partes do mundo, onde algumas crianças têm sido tratadas com este novo procedimento. O problemas são os custos. A investigação deste tipo de tratamentos acarreta gastos elevados e as Farmacêuticas não têm tido problemas em pedir milhões de euros por cada uma das unidades das poucas soluções já disponíveis no mercado. Lembra-se do caso da Matilde? Foi precisamente isso que aconteceu.
Com o sistema capitalista vigente em muitos países, e as patentes a levarem estes tratamentos para valores impossíveis de comportar, as famílias vêm os seguros negarem a aprovação do financiamento de algumas destas curas, fazendo o avanço ser travado pela falta do apoio estatal. O problema tem acontecido nos EUA e um pouco na Europa.
Há donos de farmacêuticos que também não tem controlado a controvérsia na retórica, exasperando famílias inteiras de pessoas portadoras de doenças complicadas, afirmando que o tratamento para algumas destas doenças são caras porque representam “o valor de uma vida humana”.
O diálogo ético e deontológico entre os cientistas acerca da manipulação genética também tem sido fervoroso, não contribuindo para a evolução deste admirável mundo novo por explorar. É aqui que têm entrado personagens excêntricas como alguns biohackers que têm fornecido kits de auto-experimentação a diversas pessoas, alegadamente para darem a “ciência às massas”.
Estas histórias podem ser acompanhadas na série documental “Unnatural Selection” da Netflix.
Poderemos um dia ver-nos livres dos nossos defeitos genéticos, através da ciência, ou ela continuará a ser, aparentemente, um bem de luxo, apenas para os mais afortunados?