11 mil cientistas juntam-se para avisar o planeta
Cientistas traçam cenário apocalíptico.
Não é novidade para praticamente ninguém, (excepto talvez Donald Trump, Jair Bolsonaro e políticos do mesmo espetro ideológico) que o planeta está a testemunhar o severo período de aquecimento global e que está a ser exacerbado pela crescente onda de poluição na Terra.
A sobrepopulação de gado bovino, com a indústria deste ramo a crescer sem precedentes para fazer face ao crescimento demográfico (somos agora 7 mil milhões), os incêndios que este ano tiveram o apogeu na Amazónia, os gases emitidos por viaturas a combustível, o crescimento exponencial da indústria na Ásia e o não cumprimento do Tratado de Paris por alguns países, não apresentam uma conjuntura favorável para as futuras gerações e até para a nossa.
O caso parece ganhar especial relevância se atendermos que 11 mil cientistas de todo o mundo se juntaram esta terça-feira para advertir que poderemos estar face a um “sofrimento humano sem precedentes”, caso não sejam efectivamente tomadas medidas – agora - para reduzir estes factores que contribuem para as alterações.
"Os cientistas têm a obrigação moral de alertar a humanidade sobre qualquer grande ameaça. Com base nas informações que temos, fica claro que enfrentamos uma emergência climática", teceu Thomas Newsome da Universidade de Sydney, num artigo publicado pela revista "BioScience".
O manifesto foi subscrito por cientistas de todo o mundo, depois de terem analisado informações durante mais de 40 anos sobre uso de energia, temperaturas na superfície da terra, crescimento populacional, extensão de culturas, desflorestação, perda de gelo polar, índices de fertilidade e emissões de dióxido de carbono.
Este assunto é debatido formalmente pela comunidade científica desde 1979 e desde então pouco tem sido feito, com exclusão da introdução paulatina das energias renováveis.
Os autores e subscritores do estudo desejam assim alertar para a necessidade de um guia geral para os governos, setor privado e público em geral de forma a "entenderem a magnitude da crise, monitorizarem os progressos alcançados e a reorganizarem as prioridades”, e “mitigar as alterações climáticas". Esses objetivos "exigirão grandes transformações na forma como a sociedade global funciona e a sua interação com os ecossistemas naturais", informa o artigo.