G7 quis dar 18 milhões para a Amazónia, mas Brasil rejeitou
“Usem-nos para reflorestar a Europa”, afirmou Onyx Lorenzoni, Ministro da Casa Civil Brasileiro.
O governo brasileiro fez saber no dia de ontem que vai rejeitar a ajuda de 20 milhões de dólares, por parte dos países mais industrializados do mundo, para combater os incêndios na Amazónia. A informação foi obtida pelo portal de notícias G1, tendo sido confirmada pela assessoria do Palácio do Planalto, sede do Governo brasileiro.
“Agradecemos, mas talvez esses recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa. Macron [Presidente francês] não consegue sequer evitar um previsível incêndio numa igreja que é património da humanidade [a Catedral de Notre-Dame] e quer ensinar o quê para nosso país? Ele tem muito o que cuidar em casa e nas colónias francesas”, disse Onyx ao G1, depois de Macron, em virtude de uma reunião com o G7, ter anunciado uma ajuda para a floresta.
Onyx vai mais longe e defende mesmo que o propósito de Macron pode ter princípios colonialistas. “O Brasil é uma nação democrática, livre e nunca teve práticas colonialistas e imperialistas como talvez seja o objectivo do francês Macron”.
Quem também manifestou sérias dúvidas sobre a ajuda do G7 ao Brasil foi o próprio presidente, Jair Bolsonaro. Este mostrou-se reticente sobre as intenções destes países. “Será que alguém ajuda alguém, a menos que seja pobre, sem retorno? Isto é, sem esperar por algo em troca”, questionou Bolsonaro, junto à entrada do Palácio da Alvorada, sua residência oficial.
Sem mencionar qualquer país em particular, o Presidente brasileiro disse que, no final da semana passada, falou com “líderes excepcionais” sobre a grave situação gerada pelos incêndios na Amazónia, que na sua opinião realmente desejam colaborar com o Brasil na luta contra as chamas. No entanto, numa aparente alusão a Macron, acrescentou que não conversou com aqueles que, no seu entender, querem “continuar vigiando o Brasil”.