Por que é que a Amazónia é tão importante?
Três respostas a três perguntas que o vão ajudar a perceber a importância desta floresta.
Muito se tem falado na importância da Amazónia derivado aos incêndios que têm deflagrado na floresta. Há quem diga que esta é o pulmão do mundo. No entanto, há quem defenda, principalmente pelo Brasil, que a Amazónia é um terreno fértil e deve ser usada em benefício da economia do país sul americano. A Santo Tirso explica-lhe porque é que se deve importar com a Amazónia.
A Amazónia é o pulmão do mundo?
Bem, esta talvez seja uma das frases mais ouvidas ultimamente. No entanto, há que esclarecer que a Amazónia produz cerca de 20% do oxigénio do mundo. Qualquer floresta é neutra, visto que a quantidade de carbono que fixa, através do processo de fotossíntese, é igual à quantidade que liberta. As algas marinhas são as responsáveis por mais de metade de oxigénio no mundo, 55%.
A destruição da Amazónia afeta o resto do mundo?
A Amazónia tem um papel fundamental na regulação do clima global. As florestas tropicais têm árvores de folhas perenes que armazenam carbono. As queimadas lançam o carbono na atmosfera e ampliam o efeito de estufa, causador do aquecimento global e das alterações climáticas.
Além disso, uma floresta tropical húmida contribui com até 75% das suas necessidades de água. A maior parte da água da chuva é absorvida pelas plantas e devolvida à atmosfera sob a forma de vapor de água. Cada uma das árvores da Amazónia lança na atmosfera entre 300 a mil litros de água por dia. Com o desmatamento, a parcela de precipitação que era transpirada pelas plantas transforma-se em escoamento e vai engrossar o caudal dos rios. Como esta água deixa de ser devolvida à atmosfera, a chuva na região vai diminuir e tornar-se irregular. Outro dos resultados, é esta chuva ir para outras regiões do Brasil, num fenómeno que ficou conhecido como “rios voadores”, uma vez que também influencia as correntes dos oceanos.
A floresta amazónica é extremamente fértil?
Não. Os solos são muito pobres e ácidos. Quando a floresta é destruída para colocar plantações agrícolas, as colheitas podem ter bons resultados no primeiro e segundo anos, mas, a partir daqui, a queda é vertiginosa. A Amazónia Vai buscar os nutrientes a si própria, através de uma espécie de sistema de reciclagem. Devido à destruição da floresta, este processo deixa de existir ou seja, os nutrientes gastam-se rapidamente. A idade média das árvores é de cerca de 200 anos, mas outros 200 anos não serão suficientes para repor tudo o que foi perdido. Nas áreas agrícolas abandonadas, poderão surgir “florestas secundárias”, mas não terão a mesma diversidade nem nutrientes.