Trump quer comprar a Gronelândia
Interesse foi manifestado em reuniões, jantares e conversas, mas sempre com diferentes graus de seriedade.
Interesse nos recursos naturais e na importância geopolítica do território pode estar por trás desta ideia do presidente norte americano. O pedido foi feito pelo próprio aos seus assessores para que averiguassem se é possível comprar a Gronelândia, avançaram duas fontes próximas do Presidente ao Wall Street Journal e ao Washington Post.
No entanto, estas fontes não estão autorizadas a revelar os planos da Casa Branca. Sabe-se é que os assessores ainda não sabem se é um pedido sério, visto que é sempre falado com graus diferentes de seriedade em reuniões, jantares e conversas, estando à espera de mais informação para começarem a perceber se é possível concretizar a ideia ou não.
Entre as principais procupações de Trump está está a legalidade da hipotética transação. A Gronelândia tem o seu próprio governo autónomo e faz parte do Reino da Dinamarca. A ilha é um dos países menos populosos do mundo com cerca de 2,4 milhões de km2 e 56 mil habitantes. o governo da Gronelândia tem autonomia para decidir sobre questões internas, mas as decisões sobre negócios estrangeiros e segurança estão nas mãos de Copenhaga. A origem do dinheiro para completar a transação é outra das preocupações do Presidente norte-americano.
Daqui a duas semanas a Dinamarca recebe a visita de Donald Trump e este poderá ser um assunto em cima da mesa.
Apesar de ainda não ser claro se os Estados Unidos querem comprar a Gronelândia, o que é certo é que a sua administraçãoo identificou o Ártico como uma região importante em questões de defesa e segurança, algo que poderá justificar uma possível compra.
“Este é o momento da América se afirmar como uma nação do Árctico”, disse Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, em Maio durante uma visita à Finlândia. “A região tornou-se numa arena de poder global e competição”.
Ideia foi mal recebida na Gronelândia
Aaja Chemnitz Larsen, uma das deputadas eleitas pela Gronelândia no parlamento dinamarquês, não pareceu muito satisfeita com a ideia da compra da ilha, escrevendo no Twitter que prefere manter a relação com a Dinamarca. “Digo ‘não, obrigada’ a que comprem a Gronelândia. É melhor reforçar a relação com a Dinamarca. Há que sublinhar também que não é uma mercadoria que se possa vender”.
Já a Ministra dos Negócios Estrangeiros da Gronelândia, Ane Lone Bagger, disse que “estava disponível para negociar”, mas que o país “não está à venda”.
A posição de outros políticos dinamarqueses é semelhante. “Deve ser uma piada do Dia das Mentiras… Totalmente fora de época”, escreveu no Twitter o antigo primeiro-ministro Lars Løkke Rasmussen, actual líder da oposição.