E se tivesse de começar a comer insetos?
Esta pode ser uma medida para diminuir a pegada ecológica.
Segundo as previsões da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO – a população em 2050 pode chegar aos nove mil milhões de pessoas, número que traduz um aumento significativo em comparação com a população mundial atual (7,7 mil milhões). Assim, a produção de alimentos terá de duplicar para que se consiga corresponder às necessidades da sociedade, pelo que os alimentos com origem em insetos poderão começar a ser uma realidade.
Na Finlândia já começaram a realizar estudos para perceber a opinião das pessoas sobre o assunto. A Universidade da Finlândia Oriental e a Universidade de Helsínquia realizaram inquéritos de modo a perceber a disponibilidade das pessoas para a ingestão de insetos como forma de alimento. Participaram no estudo omnívoros, vegetarianos e vegans, num total de 567 participantes.
Depois da análise dos resultados, constatou-se que 56% de omnívores e 58% de vegetarianos consideraram-se “consumidores prováveis”. Quem não partilha da mesma opinião são os vegans, onde 69% foram considerados de “consumidores improváveis”, defendendo que a ingestão de qualquer tipo de ser vivo é errado e, para além disso, era necessário uma grande quantidade de insetos para corresponder às necessidades da população.
O estudo dita ainda a conclusão de que apesar dos ocidentais não considerarem a ingestão de insetos uma boa refeição e rica em nutrientes, consideram, ainda assim, uma boa resposta para o problema da população em excesso e o problema ambiental causado pela produção de carne.
Em Portugal, já foi criada a Associação Portuguesa de Produtores e Transformadores de Insectos, a Portugal Insect, fundada por uma reunião de empresas – a Portugal Bugs, EntoGreen e Nutrix.