
Donald Trump chantageia Senado por causa do muro
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ameaçou hoje deixar o governo praticamente "paralisado" se o Congresso não o auxiliar na tarefa de financiar a construção do muro fronteiriço com o México.
O multi-milionário americano, Donald Trump, que durante a campanha eleitoral não só prometeu a criação de um muro como garantiu que seria o México a pagá-lo, reiterou a sua convicção que a barreira a separar os dois países seria uma inevitabilidade.
"De uma maneira ou de outra, vamos ter aquele muro" disse perante centenas de apoiantes em Phoenix (Arizona).
A verba que Donald Trump exige ronda 1,35 mil milhões de euros, mas este pedido que divide a América no que a opinião pública diz respeito, surge num momento em que o Senado se encontra com grande pressão para aprovar leis de despesa que permitam o governo funcionar com normalidade, e numa fase em que nem mesmo o partido de direita Republicano que apoiou Donald Trump nas eleições se mostra favorável à empreitada.
O financiamento da promessa eleitoral de Trump pesaria no défice norte-americano quando os senadores daquele partido estão a tentar encontrar formas de compensar os cortes nos impostos para as empresas.
Donald Trump tem das piores taxas de aprovação popular das últimas décadas como presidente dos Estados Unidos, facto que foi agravado pela sua demora em censurar os ataques de extrema-direita por altura da retirada da estátuas de Robert E. Lee, ex-general dos Confederados, que era favorável à escravatura, por altura da Guerra Civil Americana.
Nesse momento, os manifestantes fascistas e neonazis gritaram palavras de ordem contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus, mas Donald Trump não condenou de imediato os acontecimentos e preferiu não ser explícito sobre os reais causadores dos tumultos.
A agravar a potencial discórdia nos EUA, Donald Trump, talvez por retaliação pela dificuldade na construção do seu muro, admitiu a possibilidade de terminar com a NAFTA (Acordo de Comércio Livre da América do Norte).