Polémica com chuveiros em Auschwitz
Para fazer frente ao calor que invadiu a Polónia nos últimos dias, o antigo campo de concentração nazi de Auschwitz tem instalados aspersores de água que fizeram muitos relembrar as câmaras de gás do Holocausto.
Quando os responsáveis pelo memorial de Auschwitz (um campo de concentração transformado em museu, na Polónia) instalaram chuveiros para fazer face ao calor, pensaram estar a dar mais conforto aos seus visitantes... mas acabaram por gerar polémica, especialmente entre a comunidade judaica.
Diversos visitantes judeus, de visita ao espaço este fim de semana, ficaram chocados com os chuveiros, que os relembraram dos horrores do Holocausto, e acabaram por fazer queixa do caso aos meios de comunicação social israelitas.
Recorde-se que, durante a Segunda Guerra Mundial, estima-se que mais de milhão de judeus perdeu a vida, sendo que muito dos quais foram exterminados com recurso, precisamente, a chuveiros, instalados em câmaras de gás.
A equipa responsável pela gestão do museu já respondeu à polémica, garantindo que não era sua intenção despoletar memórias desagradáveis. "Por causa da onda de calor que temos sentido na Polónia em agosto, instalamos dispositivos que descarregam sprays de água e ar à entrada do museu", explicaram,via Facebook.
E aproveitaram para dar uma lição de História aos seus seguidores: "É muito difícil, para nós, comentar as supostas referências históricas feitas nos últimos dias, tendo em conta que os dispositivos que instalamos não se parecem com chuveiros e os falsos chuveiros que foram instalados pelos alemães no interior de algumas câmaras de gás não eram usados para gasear. O gás que era lá inserido entrada de uma forma totalmente diferente - através de buracos no teto e nas paredes", justificam.
Apesar disso, a instalação dos equipamentos perto do ponto de venda do museu foi o suficiente para gerar comentários. "Todos os israelitas [de visita ao museu] sentiram que aquilo era de mau gosto. Como um judeu que perdeu muitos familiares no Holocausto, os equipamentos lembraram-me dos banhos de chuveiro que os judeus eram obrigados a tomar antes de entrar nas câmaras de gás", contou um dos queixosos, ao Jerusalem Post.
Fonte: JN