
Portugal passa os oito mil óbitos em dia com recorde de 155 mortos
Portugal ultrapassou, esta terça-feira, as oito mil mortes associadas à covid-19 desde o início da pandemia, num dia em que registou 155 óbitos, um novo máximo.
É um número que faz pensar. São 8080 as vidas perdidas para a covid-19 desde que foi registado o primeiro óbito em Portugal, a 16 de março de 2020, 14 dias depois de terem sido diagnosticados os dois primeiros casos da doença causada pelo vírus da SARS-CoV-2 no país.
Uma cifra que chega num dia com um novo recorde de mortos: 155. Dados apurados até à meia-noite de segunda-feira e revelados esta terça-feira, horas depois de o epidemiologista Manuel Carmo Gomes ter antecipado, durante a reunião de peritos e agentes políticos e de saúde no Infarmed, que dificilmente se evitaria chegar a patamares de 140 a 150 mortes por dia... na próxima semana.
O novo máximo de vítimas mortais chegou mais depressa do que previa aquele epidemiologista, com 155 óbitos num espaço de 24 horas, naquele que é o quinto dia seguido com mais de 100 mortos por dia em Portugal continental.
Nos primeiros dias de 2021 morreram 1174 pessoas - uma média de 98 óbitos a cada noite que passa, acima dos 78 óbitos da média de dezembro de 2020, que acumulou 2401 mortos.
Mais 6028 pessoas recuperaram da doença, elevando o número de doentes curados para 378048. Com mais 1076 casos ativos, são agora 110388 os portugueses infetados com o vírus da SARS-CoV-2. Os contactos sob vigilância são agora 125296, mais 5004, o que quer dizer que entre doentes e confinados a nível profilático, há 235684 portugueses afetados pela doença.
O número de internados em hospitais ultrapassou os quatro mil, com mais 60 pessoas internadas. Do total de 4043 hospitalizados, 599 são doentes graves, internados em Unidades de Cuidados Intensivos. Um acréscimo de 32 pacientes em UCI, que representa a terceira maior subida diária de casos desde o início da pandemia, só superada pelos 49 internamentos graves de 29 de março e os 42 de 1 de abril.
Mais de 100 mortos na faixa etária acima dos 80 anos
Dos 155 mortos registados nas últimas 24 horas, 108 (43 homens e 65 mulheres) tinham mais de 80 anos, o que representa quase 70% do total de óbitos reportados no boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), esta terça-feira. Desde o início da pandemia, morreram 5437 dos nossos mais velhos, 67% do total de vítimas da covid-19 no país.
O escalão imediatamente anterior registou a perda de 25 vidas, 13 homens e 12 mulheres, nas últimas 24 horas. No total, morreram 1657 pessoas no escalão dos 70-80 anos desde o início da pandemia, o que representa 20% do total nacional de óbitos.
Uma percentagem bastante superior à registada no escalão dos 60-70 anos, que perdeu 675 vidas desde o início da pandemia - 8,4% do total nacional, contando já os 17 óbitos desta terça-feira (11 homens e seis mulheres).
Num dia particularmente negro para os mais idosos, registou-se a morte de um homem com menos de 50 anos, elevando para 73 o número de óbitos no escalão dos 40-49 anos, desde o início da pandemia. No escalão a seguir, dos 50-59 anos, morreram quatro homens nas últimas 24 horas - 151 desde o início da pandemia, a que se somam 63 mulheres, para um total de 214 óbitos nesta faixa etária.
Novos máximos de óbitos no centro e em Lisboa e Vale do Tejo
A Região de Lisboa e Vale do tejo registou a perda de 68 vidas para a covid-19 nas últimas 24 horas, um novo máximo no entorno da capital, que na segunda-feira tinha atingido um recorde de 47 vítimas num só dia. No total, morreram 2843 pessoas naquela região desde o início da pandemia.
A Região Centro, que tinha registado um máximo de 28 mortes na segunda-feira, anotou um agravamento dos números. Com os 36 mortos das últimas 24 horas, o acumulado ascende, agora, a 1233 vítimas mortais desde o início da pandemia.
Fonte:JN
Foto: ARIANA DREHSLER / AFP