
Marcelo não se opõe ao uso de máscara no exterior
Presidente da República alertou que a pandemia ainda está para durar.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou "primitivo" que haja quem faz do racismo forma de afirmação pessoal e alertou que a pandemia está para durar.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, iniciou, esta manhã, um período de férias no Algarve. À chegada à praia do Alvor, comentou aos jornalistas que o esperavam vários assuntos de atualidade.
Mochila às costas, máscara no rosto, Marcelo fez questão de salientar que a pandemia está para durar e matar, pelo que os cuidados continuam a ser um imperativo, não se opondo, enquanto mais alto magistrado da Nação, ao uso de máscara na via pública.
"Essa é uma decisão que as autoridades sanitárias terão de tomar, mas vejo que algumas nações na Europa estão a caminhar para isso progressivamente", observou o presidente da República. "Eu pessoalmente, tento sempre que é possível no exterior usar máscara", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Convidado pelos jornalistas a comentar a festa do Avante, que vai em frente, com um terço da lotação e regras específicas, o presidente da República disse que "há de haver um momento em que haverá uma explicação global" .
Segundo Marcelo, "vão ser conhecidos aos poucos os ajustamentos" à festa do Avante, organizada pelo PCP. "Uma realidade daquela natureza é muito complexa", disse o presidente da República, sublinhando que, tal como disse a ministra da Saúde, na sexta-feira, terão de ser cumpridas as regras estabelecidas para transportes de autocarro, para os concertos, para a restauração, e a lotação do espaço, que o partido encolheu para um terço.
"Não é uma regra, são muitas, é um conjunto de regras" que devem ser aplicadas à festa do Avante, sublinhou Marcelo. "A DGS tem de explicar essas regras, para fiar claro", acrescentou o presidente da República.
"É importante que as pessoas vejam em todas as informações da DGS um exemplo do que fazer", disse Marcelo. No geral, continua-se a acreditar nas autoridades sanitárias. E isso é um ponto fundamental, porque isto não está para acabar amanhã, está para durar meses", sublinhou Marcelo.
Racismo é forma primitiva de afirmação
Questionado sobre o racismo, que emergiu à superfície da sociedade portuguesa em força nos últimos tempos, com manifestações de extrema-direita e ameaças a dirigentes políticos e associativos, Marcelo rebelo de Sousa disse esperar que não tivesse influência na vida política e da sociedade portuguesa.
"Nem percebo que seja um tema que merece discussão, na sociedade portuguesa ou no Mundo. É tão óbvio que é contra o respeito da pessoa humana, tão óbvio, tão óbvio, tão óbvio, que me parece primitivo que haja quem faça do racismo uma forma de afirmação social", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
"Como é que as pessoas se querem dar ao respeito se não respeitam os outros", questionou o presidente da República, aconselhando "tolerância zero para atos de racismo" e deixando um conselho. "Isto só se vence com cabeça fria, com razão", acrescentou.
Fonte: JN
Foto: TIAGO PETINGA/LUSA