Segundo uma avaliação estatística feita pelo jornal “Público”, nas crianças até aos nove anos , há mil e quarenta quatro infeções, uma subida de 145,6% desde o dia 4 de maio.

Na faixa etária entre os 10 aos 19 anos o crescimento foi de 95,3%. Entre os 20 e os 29 anos os números do Covid-19 subiu 89,3%. Entre os 30 e os 39 anos registou-se uma subida 71,3% dos casos.

CRESCIMENTO ACENTUADO SÓ NOS JOVENS

Estes dados revelam que a subida tem tido maior impacto nas camadas mais jovens. Por exemplo, na faixa etária dos 50 aos 59 anos a subida de novos casos foi bastante menos acentuada, cifrando-se nos 45%. Dos 60 aos 69 situou-se nos 39,4% e entre os 70 e os 79 aumentou 28,7%. Nas pessoas com 80 anos subiu 23,9%.

Estas subidas coincidem com vários ajuntamentos de jovens em Carcavelos, nas praias da Arrábida em Setúbal e nas Docas de Lisboa, Porto e Braga.

“Estes jovens associaram a ideia de desconfinamento a que já estava tudo bem e que era possível relaxar nos cuidados”, afirma Sandra Braz, coordenadora da Unidade de Internamento de Contigência de Infeção Viral Emergente.

“Parecem achar que a doença só é transmitida por quem tem sintomas, o que está profundamente errado. Estou muito preocupada com a abertura dos centros comerciais, cafés e com o fim das aulas”, prossegue Sandra Braz.

Portugal até ao desconfinamento foi considerado um exemplo em toda a Europa, mas atualmente é o segundo país da Europa com mais novos casos por cada 100 mil habitantes. Esta estatística pouco favorável fez com que a Dinamarca tenha interdito a viagem de portugueses para aquele país.