Viúva Ângela Ferreira deverá conseguir engravidar após morte do marido
O caso tem sido amplamente divulgado nos principais meios de comunicação social.
Ângela Ferreira perdeu o seu marido para o cancro. Apesar de saber que o seu futuro não augurava grandes probabilidades de sobreviver, o seu marido, tinha em comum com a esposa um sonho: poderem ter um filho.
Hugo criopreservou o esperma, mas faleceu no início do ano transato. A lei portuguesa não permitia que um filho fosse concebido post-mortem através de inseminação artificial. No entanto, o mediatismo que o caso teve, principalmente na TVI, ajudou a que Ângela Ferreira conseguisse angariar assinaturas suficientes para reverter a lei no Parlamento e satisfazer assim o desejo do casal.
SEM PRECEDENTES
Não há precedentes para um caso desta natureza, sendo a primeira vez que este assunto será discutido na Assembleia da República, mas tudo indica que seja aprovado pelos partidos mais moderados e no espetro político de centro até à esquerda, normalmente menos conservadores no que diz respeito a essas matérias.
Atualmente, não sendo possível fazer inseminação artificial após a morte em Portugal, para Ângela Ferreira este é um caso “de extrema crueldade e discriminação”.
Paradoxalmente, “caso se tratasse de um doador anónimo, a questão da vida ou da morte já não era colocada, uma vez que “não existe qualquer mecanismo de controlo para aferir a sobrevida” desse dador, alega.
Recorde-se que o sémen do seu falecido marido esteve prestes a ser destruído, porque este é procedimento habitual dos hospitais nacionais em casos de amostras biológicas que não tenham propósito científico ou de cariz académico.