Empresa portuguesa começa revolução ecológica no mundo dos têxteis!
Tingir roupa com desperdícios orgânicos, este é o mote da “BioTint”, um processo criado pela empresa “Minority Denim” que promete revolucionar o mundo da moda.
Lembrar o passado para projetar o futuro. Numa altura em que a maior parte das pessoas está alerta para os problemas relacionados com o ambiente e a poluição, uma empresa portuguesa arranjou uma solução que permite evitar o uso de químicos e ainda utilizar matérias que em cenários normais seriam desperdiçados. A boa notícia é que a técnica pode ser usada em escala industrial.
APROVEITAR O DESPERDÍCIO
A BioTint tem como conceito utilizar materiais orgânicos da Terra, tais como folha de eucalipto, café utilizado, casca de cebola, entre outros que normalmente iriam parar ao lixo.
A paleta de cores que a empresa conseguiu criar é extensa, praticamente tão grande como a lista de clientes e interessados que a técnica desenvolvida pela Minority Denim está a despoletar no mercado.
A Minority Denim é uma empresa de Consultoria em Moda e oferece soluções para os mais diversos países do mundo. A empresa sediada em Avidos em Vila Nova de Famalicão foi fundada por Diogo Aguiar, ex-aluno no Instituto Nun’ Alvres nas Caldas da Saúde.
Segundo o consultor, esta técnica não tem como objetivo atender apenas a pessoas que querem parecer ambientalistas, mas sim as pessoas que se preocupam realmente com o planeta por motivos que não tenham a ver com as tendências da moda.
"Temos tido um bom feedback. Há muita gente a vir falar connosco de todas as áreas. Esta técnica é muito mais sustentável. Quando as pessoas percebem o nível de sustentabilidade que estamos a falar, percebem que e esta não é apenas mais uma solução 'da moda do politicamente correto' e uma solução que não tem impacto substancial. Esta solução tem um impacto efetivo e imediato no planeta", afirma.
"Na empresa esforçamo-nos realmente para pensar numa solução que pudesse contribuir para uma mudança radical de paradigma. Isso passou um pouco por pegar em técnicas ancestrais, estudá-las durante anos e aprender a forma de as tornar mais eficientes para que possam ser adoptadas pela indústria. Porque é isso que precisamos. Sozinhos não podemos mudar as práticas globais", continua.
"A maior parte do mercado está a usar a palavra-chave 'sustentabilidade' por puro marketing e porque parece bem. Quem nos contacta, é por muito mais do que isso! É porque procura realmente uma solução de sustentabilidade real e não porque procura um simples selo de certificação", assevera.
"Hoje 90% dos agentes de mercado na indústria da moda, não quer realmente uma solução sustentável, mas sim um mero documento de certificação para atenderem a uma moda que está agora a surgir. Aqui é diferente. Aqui, pegamos em material que seria deitado ao lixo e usamo-lo sem recurso a químicos", afirmou.
Diogo Aguiar menciona a experiência e o trabalho de equipa que a sua empresa teve durante anos para aperfeiçoar a técnica. "A nossa função é Pesquisa e Desenvolvimento e todos aqui trabalharam de forma árdua e apaixonada para atingir estes resultados", afirma.
"Com a BioTint almejamos a proporcionar uma política económica de proximidade, mesmo no sentido literal, em que produtores locais entram neste ciclo de mercado, juntamente com as empresas, numa abordagem que é benéfica para todas as partes envolvidas", prossegue.
"A partir do momento em que usamos aquilo que era antes um desperdício, estamos a gerar uma mais-valia no mercado. A sustentabilidade não está apenas na solução que criamos, mas também no negócio", afirma Diogo Aguiar, que também pensa que a reciclagem de roupa é uma das soluções para tornar o nosso planeta mais 'verde'.
"Esta é uma forma de estarmos na vida, e não pode ser apenas um fulgor momentâneo impulsionado pelos media. Temos que começar realmente a pensar em soluções para o nosso planeta e, acima de tudo, para as gerações vindouras que irão herdar o planeta que lhes deixarmos", conclui.