A escolha, divulgada esta segunda-feira na Biblioteca Municipal José Saramago, em Loures, é justificada pela Porto Editora "em consequência dos inúmeros casos que foram sendo conhecidos ao longo do ano e que, infelizmente, resultaram em vítimas mortais - de acordo com notícias recentes, foram 35 mulheres, homens e crianças assassinadas em Portugal no contexto de violência doméstica só no ano passado".
Em segundo lugar, a apenas uma décima de distância ficou a palavra "sustentabilidade", que "liderou a votação desde o início até praticamente o final da votação, ficando assim notória a crescente preocupação que o tema da sustentabilidade desperta na sociedade portuguesa perante as sérias ameaças que pendem sobre a vida coletiva em consequência das alterações climáticas", segundo comunicado da editora.
Outro tema "que não passou ao lado dos portugueses é o problema da difusão de informações falsas através das redes sociais": "desinformação" ficou em terceiro lugar com 13,8% dos votos.
Aos três primeiros lugares, sucederam-se por ordem decrescente os termos "jerricã" com 7,5%, "nepotismo" com 5,7%, "seca", com 4,3%, "trotinete", com 4,2%, "lítio", com 4,2%, "influenciador", com 4%, e, em último lugar, "multipartidarismo" (1%). "Violência [doméstica]" sucede a "enfermeiro", escolhida em 2018, numa votação que contou com mais de 226 mil participações.
"Vuvuzela" (2010), "austeridade" (2011), "entroikado" (2012), "bombeiro" (2013), "corrupção" (2014), "refugiado" (2015), "geringonça" (2016), "incêndios" (2017), e "enfermeiro" (2018) foram as palavras vencedoras dos anos anteriores. Em 2009, ano da primeira edição da iniciativa, "esmiuçar" ganhou.
"Palavra do Ano" é uma iniciativa promovida pela Porto Editora que tem como objetivo sublinhar o poder das palavras, refletindo o quotidiano da sociedade portuguesa em cada ano, "os factos, os hábitos, os acontecimentos, as tendências e as preocupações coletivas".
Fonte: "JN"