
Governo terá de assegurar serviços mínimos na greve dos motoristas
Sindicatos dos motoristas estiveram reunidos durante o dia de hoje com a ANTRAM, mas não houve acordo.
Depois de entregarem um pré-aviso de greve no passado dia 15 de julho para dia 12 de agosto, os Sindicatos dos Motoristas estiveram reunidos esta quarta-feira na Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) com a ANTRAM, de forma a obter um acordo sobre os serviços mínimos de greve.
A proposta inicial estabilizava-se na presença de 25% dos trabalhadores em cada empresa, diferente da greve de abril, com cerca de 40% apenas no Porto e em Lisboa.
A medida prendia-se ao facto de tornar possível o abastecimento de portos, aeroportos e postos de abastecimento das empresas que têm por objecto a prestação de serviço público de transporte de passageiros, rodoviários, ferroviários e fluviais, bem como estruturas residenciais para pessoas idosas, centros de acolhimento residencial para crianças e jovens, estabelecimentos de ensino, IPSS e Santas Casas da Misericórdia.
No entanto, no que toca ao abastecimento de combustíveis e matérias perigosas a hospitais, centros de saúde, clínicas de hemodiálise e outras estruturas de prestação de cuidados de saúde inadiáveis, estabelecimentos prisionais, bases aéreas, serviços de protecção civil, bombeiros, forças de segurança e unidades autónomas de gaseificação, os sindicatos propunham que estes fossem assegurados na totalidade.
Contudo, não houve entendimento e vai ter de ser o governo a assegurar os serviços mínimos no país, tal como aconteceu na greve realizada em abril.
O objetivo da greve é fazer com que se aumente gradualmente o salário-base até 2022: 700 euros em Janeiro de 2020, 800 euros em Janeiro de 2021 e 900 euros em Janeiro de 2022, o que com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1400 euros em Janeiro de 2020, 1550 euros em Janeiro de 2021 e 1715 euros em Janeiro de 2022.
A polémica instala-se quando os sindicatos acusam a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) de já ter aceitado este acordo e de agora estar a voltar atrás na decisão, o que a ANTRAM desmente.
Ministro aconselha portugueses a abastecer os seus carros antes da greve
Pedro Nuno Santos, ministro das infraestruturas, aconselhou hoje os portugueses a prepararem-se para a eventualidade de greve a partir de 12 de agosto.
“O Governo está a fazer o seu trabalho [para evitar a greve], mas todos podíamos começar a precaver-nos, em vez de esperarmos pelo dia 12, que não sabemos se vai acontecer [a paralisação]. Era avisado podermo-nos abastecer para enfrentar com maior segurança o que vier a acontecer", referiu o governante.