Prevista nova greve dos motoristas de matérias perigosas
Greve está marcada para agosto. Sindicatos dos Motoristas pedem “perdão” aos portugueses, mas paralisação é mesmo para avançar.
Numa carta aberta à ANTRAM (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias), os Sindicatos dos Motoristas desafiaram a associação para um debate televisivo sobre o processo negocial em curso.
“Não desejamos a greve por variadíssimas razões, a principal é a perfeita consciência do impacto e do transtorno que vai causar aos portugueses e à economia do país”, avançaram os sindicatos dos motoristas de mercadorias e de matérias perigosas na carta aberta enviada à ANTRAM, acrescentando ainda que os motoristas “pedem perdão aos portugueses por eventuais transtornos no seu quotidiano”, esperando que estes compreendam o que está em causa.
Jorge Cordeiro, do Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM), e por Francisco São Bento, do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) assinaram a carta.
No 1º Congresso Nacional dos Motoristas, que se realizou no passado sábado, cerca de três centenas de motoristas, aprovou, por unanimidade, entregar no dia 15 de julho um pré-aviso de greve a partir de 12 de agosto, por tempo indeterminado. As reivindicações passam pela entrada em vigor o novo Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) para o sector, que prevê um aumento do salário base de 100 euros nos próximos três anos.
No dia em que levam um pré-aviso de greve para a reunião com a ANTRAM, o novo CCT também vai estar em cima da mesa para possível discussão.
“Andamos há 22 anos a servir a economia e o país com elevado sentido de responsabilidade e verdadeiro espírito de missão, sabemos que os portugueses nos vão perdoar por ao fim de 22 anos pensarmos um pouquinho em nós e nas nossas famílias, afinal de contas também somos homens e mulheres, pais, mães, filhos”, afirmaram os sindicatos dos motoristas, endereçando um pedido de desculpas aos portugueses pelo impacto da greve prevista.
A proposta para o novo CCT prevê um aumento do salário base de 100 euros nos próximos três anos (1.400 euros brutos para 2020, 1.600 para 2021 e 1.800 para 2022), indexado ao aumento do salário mínimo, melhoria das condições de trabalho e pagamento das horas extraordinárias a partir das oito horas de trabalho, entre outras medidas.