Primeira fábrica de canábis medicinal da UE abre este mês em Portugal
Cantanhede vai ser a sede da primeira fábrica de canábis medicinal na União Europeia e irá criar 200 postos de trabalho naquela localização.
O investimento será realizado por uma empresa canadiana que, desta forma, irá injetar no nosso país 20 milhões de euros.
No nosso país existem atualmente quatro empresas que procedem à plantação de canábis e que são autorizadas pelo Infarmed para transformação e pesquisa para fins medicinais.
A lei do canábis foi aprovada há dois meses, mas ainda não foi feito nenhum pedido de medicação com a planta, para além do já existente Sativex que existe no mercado há cerca de três anos e que nunca foi comercializado no nosso país devido ao seu elevado preço.
Há vários estudos que sugerem que o CBD, presente na canábis e que não é psicoactivo nem viciante, tenha fins terapêuticos, no tratamento da dor, controlo da ansiedade e insónias, amenização da epilepsia e mesmo no tratamento de vários transtornos psiquiátricos. O THC, contudo, presente na canábis regular, já tem efeitos psicoactivos e para além de criar adição, pode causar alguns sintomas como psicose, neurose, paranóia, ou despertar outros problemas mentais latentes.
A venda de CBD, uma variante da canábis que já é produzida em massa na Suíça, ainda não é regulada em Portugal, o que impossibilita o seu controlo e prescrição pelos médicos do Sistema Nacional de Saúde, embora vários estudos sugiram que tenha altos efeitos terapêuticos.
A canábis é vendida legalmente de forma recreativa no Canadá, Geórgia, África do Sul, Uruguai, em coffee shops na Holanda e nalguns estados dos EUA.
O uso da canábis para fins medicinais foi alvo de uma palestra/debate do Rotary Club de Santo Tirso o ano passado.