
Sabe quanto ganha em média um português?
A altura do mês em que recebemos o ordenado e que nos permite pagar várias despesas, fazer poupanças, entre outras coisas, é um dos momentos mais importantes do mês.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o rendimento mensal líquido em Portugal, no segundo trimestre era de 887€. Este é o valor mais alto desde o quarto trimestre de 2011, quando o rendimento médio mensal atingia os 813€.
Os valores do INE são referentes a rendimentos mensais líquidos da atividade principal, ou seja, as contribuições para a Segurança Social, descontando os impostos pagos, ou para outros fins auferidos pelos trabalhadores por contra de outrem.
Na equação ficam incluídos os subsídios de refeição, prémios de antiguidade, abonos para falhas, remuneração de horas extraordinárias, entre outros.
Onde se concentram a maior parte dos trabalhadores é no setor privado que recebem a remuneração mínima e que nos últimos anos destacaram-se pelo aumento do salário mínimo nacional (580€), um aumento de 4,1%, e que em 2019 poderá aumentar para 600€, com o que está previsto no acordo entre PS, Bloco de Esquerda, PCP e Verdes.
A subida dos salários que muitos perigos classificam de “contida” deverá manter-se desta forma, como salvou o Banco de Portugal nas últimas projeções, publicadas em março deste ano.
No que diz respeito aos vencimentos, são evidentes a discrepância entre os setores privados e públicos. Segundo dados da Direção-Geral da Administração e Emprego Público em abril de 2018, a remuneração média líquida no Estado era de 1.468€, acima dos 887€ verificados no conjunto da economia.
Portugal fica aquém do panorama internacional. Os dados da Eurostat referem que em termos de ganhos líquidos, os trabalhadores nacionais levam para casa 762€, contra 1.495 na média da Zona Euro.
De acordo com os peritos, para além de razões macroeconómicas, os salários dependem de outros motivos estruturais, tais como as qualificações dos trabalhadores.
Segundo um estudo feito pela Fundação Francisco Manuel dos Santos publicado em 2017, “os diplomados do ensino superior estão menos vezes em situação de desemprego, têm empregos menos precários e auferem salários mais elevados do que o resto da população. Um mestre nos primeiros dez anos de experiência tem um salário/hora superior em 80% ao de um finalista do ensino secundário. E para um licenciado essa diferença é cerca de 50%”, apontoa o mesmo estudo.