Recebem cartas de despedimento da Ricon em casa enquanto trabalham
Os trabalhadores da empresa Ricon pararam a produção, esta segunda-feira, depois de terem recebido em casa as cartas com o aviso de despedimento.
Ao JN, uma das funcionárias explicou que foi informada pelo marido de que tinha chegado a casa uma carta com a informação do despedimento.
Quando tomaram conhecimento do que estava a acontecer, os funcionários reuniram-se no exterior da empresa, suspendendo assim a produção.
Os responsáveis pela empresa já distribuíram um comunicado em que informam os funcionários de que estão dispensados de se apresentaram ao trabalho na terça-feira.
Na mesma nota, foi explicado que a "Gant" se demonstrou intransigente nas negociações.
600 pessoas em risco de desemprego
O grupo Ricon "não é economicamente viável" e deve encerrar as suas operações e despedir os cerca de 600 trabalhadores.
Esta é a proposta que o administrador de insolvência nomeado pelo Tribunal de Famalicão, Pedro Pidwell, leva às assembleias de credores das várias empresas do grupo, representante em Portugal da marca Gant, que arrancam terça-feira.
Assim, terão de ser despedidos os trabalhadores - 580, no total, segundo as contas de Pedro Pidwell, sendo 200 da rede de retalho e 380 da vertente industrial -, e será proposta a "liquidação do acervo patrimonial". Que irá a hasta pública. O documento inclui, ainda, a lista provisória de credores, bem como o inventário do património das empresas insolventes.
São oito no total e todas se apresentaram à insolvência no início de dezembro, tendo o tribunal decidido juntá-los todos no processo da casa-mãe, a Nevag SGPS. A primeira assembleia de credores está marcada para amanhã. Só num dos processos são reclamados créditos superiores a 32 milhões de euros.
Fonte:JN