
Agência americana preocupada com influência angolana nos media
O relatório, emitido esta terça-feira, acredita que os principais órgãos de comunicação nacionais poderão estar sujeitos a lobbies angolanos.
Um relatório da organização independente Freedom House, revelou estar preocupada com a influência de Angola nos meios de comunicação social portugueses, que no entender daquela agência mundial, atingem jornalistas e provocam casos de autocensura nos principais títulos nacionais.
“A situação agravou-se nos últimos anos, altura em que os proprietários de empresas jornalísticas investiram na economia angolana”, alega o memorando da organização não-governamental norte-americana.
Este documento, apresentado esta terça-feira em Washington, classifica Portugal como “país livre”, frisando, apesar de tudo, uma preocupação crescente com a corrupção e os lobbies que se vêm instalando no nosso país.
Um dos motivos que causam este problema de acordo com a Freedom House é o facto de os principais canais públicos portugueses serem pouco apoiados financeiramente e enfrentarem sérios problemas de concorrência.
O documento lembra que “poderosos angolanos” são proprietários da Newshold, o grupo que controla o semanário Sol, “além de outras publicações”, tais como o "Jornal I". A Newshold é vista já durante há bastante tempo como um dos principais potenciais candidatos a uma possível privatização da RTP. O conglomerado tem ainda uma quota de 15,08% na Cofina, dona do diário líder de vendas em Portugal, o Correio da Manhã, que agora tem também o canal CMTV, assim como o Jornal de Negócios e a revista Sábado.