Jovens passam cada vez mais tempo 'online'
De acordo com o projeto Geração Cordão, os resultados obtidos são sinais preocupantes e de alerta para os efeitos adversos que a internet pode ter nos jovens.
A maioria dos jovens inquiridos num estudo sobre comportamentos de risco na internet retira tempo a estar com a família, a socializar, ao sono, a namorar ou a fazer exercício físico para ter mais tempo no mundo ‘online’.
Os dados retirados do inquérito, divulgados esta terça-feira pela Agência Lusa, mostram que 93,3% dos jovens têm acesso a ecrãs durante a noite no quarto e que 55% costuma utilizar tecnologia imediatamente antes de dormir ou até adormecer. Segundo Ivone Patrão, psicóloga e investidora do Instituto Universitário (Ispa), estes hábitos têm impacto na “higiene do sono” e na produtividade e concentração nas aulas durante os dias seguintes.
No estudo, a investigadora reforçou que “são jovens em que as suas 24 horas do dia estão muito entregues ao mundo online” não existindo um equilíbrio com o mundo fora do digital. Para além disso, no caso da alimentação, exemplificou que estes “privam-se de estar nas refeições com a família para estarem entregues à tecnologia”.
Do tempo que os jovens ocupam na Internet, grande parte é passado nas redes sociais, um fator que tem vindo a potenciar o aumento do ciberbullying. Dois terços dos inquiridos admitem que alguém os tratou de maneira ofensiva ou desagradável, 83% afirmam ter falado com alguém que não conheciam pessoalmente e 59,8% referem ter tendência para estar online quando têm problemas emocionais. Segundo a psicóloga, o contexto de socialização dos jovens no ambiente digital não é “respeitadora de regras sociais”.
A coordenadora do projeto Geração Cordão, Ivone Patrão, que realizou o estudo em parceria com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, diz que estes dados são sinais preocupantes e de alerta para os efeitos adversos que estas situações podem ter a médio e longo prazo.
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