A música aborda o tema da solidão e do antídoto natural para combater essa maleita: a companhia de outras pessoas.

Durante o confinamento, “senti o que toda a gente estava a sentir em casa. Não podia estar com os amigos e com a família”. Quando pode sair, Dan percebeu, “que aquelas pequenas coisas que nós damos como garantidas acabam, na verdade, por ser as mais valiosas: estar com quem mais gostamos”, confessou.

“Esta música também é um reflexo daquilo que poderá ser uma lição para quando voltarmos à normalidade e, talvez assim possamos dar um pouco mais de importância às nossas pessoas queridas que muitas vezes são esquecidas em prol de outras que não têm grande importância”, refere.

“A solidão é algo que está cada vez mais presente na nossa sociedade. As pessoas estão cada vez mais sozinhas e não dão valor ao que realmente importa, aos amigos, à família. As tecnologias, as redes sociais fizeram com que as pessoas se focassem mais nelas próprias e, de certeza absoluta que se continuarmos assim, vamos ficar mais sozinhos, e talvez depois seja tarde demais para poderemos reverter a situação”, afirma o compositor.

A vida é só uma passagem. É um bilhete apenas de ida. A solidão que muita gente já sentia antes da Covid está a ser replicada e sentida um pouco por toda a gente. A solidão é um tema, infelizmente, intemporal. Quase todos nós tivemos que passar por isto, mas quis pensar uma mensagem de esperança”, remata Dan Riverman.

O videoclipe foi realizado por Renato Moinhos e conta com o desenho da artista plástica Filipa Godinho, também ela tirsense.   

“Esta parceria surgiu através de uma amizade. Porque eu já sou amiga do Dan e do Renato há bastantes anos e acabou por ser um convite que veio do Renato Moinhos.

“Tínhamos a certeza que queríamos fazer um vídeo em que o desenho fosse um acontecimento que ocorresse durante o tempo da música. Encontrar a imagem foi o grande desafio que eu e o Renato tivemos. Foram feitos vários exemplos. Experimentamos várias técnicas. Acabamos por optar por esta imagem. O ponto de partida foi um casal a dar um beijo e achámos que isso tinha alguma relação com a música no que diz respeito aos afetos, porque a letra faz uma apologia dos afetos. E achamos que, apesar de isso ser um pouco literal, a música também o era, por isso consideramos que seria uma boa conjunção. O beijo é a apoteose dos afetos”, disse à Santo Tirso TV a pintora e escultora.

O resultado agradou Dan Riverman. “Parece que já estava destinado. As coisas aconteceram naturalmente”, rematou o artista que neste momento está na fase de conclusão do seu novo álbum. Daqui a sensivelmente dois meses Dan Riverman deverá ter pronto outro single.

“Step outside” (“Ir para fora”, em português), contou também com a voz de Sara Cruz.