Com o objetivo de reduzir aquele que é o tarifário de água mais elevado do país, o Município de Santo Tirso vai resgatar a concessão da água à Indaqua e avançar com a criação de uma empresa municipal que garanta a exploração do serviço. A decisão foi anunciada, esta sexta-feira, pelo presidente da Câmara Municipal, Alberto Costa.

Ao fim de 24 anos de gestão privada, o serviço de água de Santo Tirso passará, assim, para a esfera do Município. O autarca, garante que se trata de defender o interesse público: “Não me podia resignar com a situação de injustiça de que está a ser vítima a população do concelho, obrigada a pagar a água mais cara do país”. 

Depois de informada a empresa acerca da intenção da autarquia, o serviço deixará de ser privado a partir de 2023, sendo esta a primeira data possível devido a todos os preceitos contratuais. Até lá, a concessionária continuará a gerir e a explorar a rede de abastecimento de água.

A Câmara Municipal incorre ainda do pagamento de uma indemnização à empresa na ordem dos 12 milhões de euros, cuja liquidação ficará a cargo da própria operação do sistema de abastecimento e não pelo orçamento do município. Alberto Costa salienta que os munícipes “não serão prejudicados, uma vez que beneficiarão de uma significativa redução real no tarifário de 35%”.

A redução da tarifa da água em 35% significa que um utilizador doméstico, até 15m³, que atualmente tem uma fatura anual de 362 euros, terá uma poupança média de 127 euros. Já no caso de um utilizador não doméstico, até 15m³, com um consumo médio anual de 466 euros, a poupança será de 251 euros.

Adicionalmente à redução geral do tarifário, será ainda introduzida uma tarifa social destinada aos munícipes mais carenciados, bem como um desconto para as famílias numerosas, à semelhança do que acontece com o serviço de saneamento.