Da redução em cerca de 90% do desperdício de água, à aposta em fios e fibras reciclados ou de base natural e preocupações sociais, tudo foi explicado à qualificada plateia de especialistas da moda de todo o mundo.

“O ano 2000 foi decisivo na história da LMA. A abertura ao mercado asiático fez-nos perder uma grande parte do serviço mas, em vez de baixarmos os braços, decidimos redirecionar e apostar num novo caminho: a sustentabilidade”, expõe Luís Dias, comercial da empresa de Santo Tirso que conduziu a apresentação na Academia das Artes, em Lisboa (em substituição da CEO Alexandra Pinho, que teve um imprevisto de última hora).

Com efeito, é dois ou três anos depois desse difícil 2000 que a LMA assume o investimento num novo departamento de acabamentos que permitiu fazer malha branca em contínuo, através de um monocorante, o que corresponde a uma redução do desperdício de água próxima dos 90%.

Para além da possibilidade de criar malha branca em produção vertical, a base da maioria das peças de desporto, que é o core business da empresa, a LMA tem também apostado em fios e fibras reciclados ou de base natural. “É fundamental que se perceba que a sustentabilidade é uma cadeia maior e, por isso, o cliente final tem de estar envolvido e comprometido”, defende Luís Dias.

A aposta nos parceiros certos, que estejam alinhados com os princípios sociais e ambientais da LMA, é outra das preocupações da empresa que tem em vista minimizar o mais possível a pegada ecológica do sector. Prova disso são as recorrentes parcerias entre a LMA e Pizarro SA que, de resto, optaram por fazer uma apresentação conjunta na Sustainable Fashion Business.

“Temos tudo em Portugal, desde o fio até à confecção, e é importante passar esta mensagem às marcas para que ao fazer cá todo o processo minimizem também a emissão de CO2 que, como sabemos, é uma das situações mais poluentes do setor”, defende Luís Dias.

A par da responsabilidade ambiental, a LMA assume ainda preocupações ao nível social sendo certificada pela Bluesign, um título suíço atribuído às empresas que revelem projetos inovadores ao nível do envolvimento dos colaboradores nas políticas sustentáveis. Exemplo disso são o controlo do lixo produzido pelos funcionários, a promoção do car sharing ou o incentivo ao uso de bicicleta nas deslocações de e para o trabalho.

A conferência Sustainable Fashion Business teve lugar no âmbito da capital Verde Europeia, tendo recebido também o “Sustainable Fashion From Portugal – Fashion Industry’s New Chic”o novo showcase de produtos e conceitos sustentáveis promovido pela ATP. O evento contou ainda com os contributos das têxteis portuguesas Scoop e RDD/ Valerius 360, como exemplos de fabrico e inovação responsável e sustentável.

Fonte: "Jornal T"