A Trofa voltará assim a ser uma vila integrante do concelho de Santo Tirso.  O caso segue ainda os trâmites legais junto da administração central, mas sabe-se, para já, que o edil de Santo Tirso terá que preparar as medidas do Orçamento e Grandes Opções do Plano para a região no próximo trimestre. A decisão será oficializada junto do Ministério da Administração Interna no próximo dia 17 de abril.

"UM CASO POLÉMICO"

O processo movido pela Câmara Municipal de Santo Tirso contra o Governo e a autarquia da Trofa foi conduzido inicialmente pelo ex-presidente Castro Fernandes que pedia uma indemnização em torno dos 6 milhões de euros pela súbita descompensação de dividendos provenientes de impostos. O litígio foi prosseguido mais tarde por Joaquim Couto e reavaliado por Alberto Costa, que por intermédio dos advogados camarários, terá alterado o plano judicial.

"537 MILHÕES OU DEVOLUÇÃO DO TERRITÓRIO"

Alberto Costa passou a pedir uma indemnização de 537 milhões de euros, ou a restituição da integridade dos territórios da Trofa. Face à impossibilidade da Câmara da Trofa e do Estado ressarcirem esse valor, ficou decidido em Tribunal Constitucional que a Trofa voltará a fazer parte de Santo Tirso, voltando o concelho de Santo Tirso a ser um dos maiores do país.

"RAIVA E FRUSTRAÇÃO"

Em declarações à Santo Tirso TV,  uma alta entidade da Câmara Municipal da Trofa não escondeu a frustração perante estes eventos. "É inadmissível... O Tribunal Constitucional jamais poderia ceder a esta chantagem! A Trofa é um concelho de direito, com identidade própria, uma enorme pujança industrial, e jamais poderá voltar à administração de Santo Tirso. Faremos tudo para apelar junto das entidades competentes", afirmou.

Parte dos planos do executivo tirsense para a Trofa passam por terraplanar a vila e construir armazéns de grande capacidade. A Trofa passará assim a ser, a partir de 2021, um dos maiores complexos logísticos do mundo de matérias primas, auxilando empresas exportadores do Norte de Portugal.

Fernando Teixeira, um empresário ligado à área do investimento, sublinhou: "temos grandes planos para a Trofa. Não será um território negligenciado, antes pelo contrário. Iremos terraplanar a parte central do que antigamente era a cidade e agora será uma vila e implementar uma série de unidades de logística e armazenamento. Vai tornar-se num ponto geográfico fulcral da economia portuguesa", continuou.  

Os habitantes da Trofa que serão despejados da sua zona de residência deverão ser reencaminhados para as freguesias de Refojos, Rebordões, Lama, Areias, Palmeira, Monte Córdova, Água Longa e Vila das Aves. Nos primeiros anos alguns habitantes poderão ter que residir temporariamente em casas pré-fabricadas, ou bungalows.

Os habitantes serão ressarcidos através da subtração do valor da avaliação das suas casas atuais, com as novas residências que lhes serão atribuídas.