
Bar de prostituição em Santo Tirso alvo de investigação
Uma investigação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras acabou com o esquema de prostituição numa casa de alterne em Lamelas, Santo Tirso.
Uma investigação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) acabou com um esquema de prostituição em Santo Tirso com lucros milionários.
O Ministério Público (MP) acusa 12 arguidos por crimes de auxílio à prostituição, imigração ilegal e branqueamento de capitais. Os três cabecilhas do negócio obtiveram perto de meio milhão de euros em rendimentos ilegais, pelo que o MP pediu a apreensão e liquidação do património suspeito.
José C., de 59 anos, é o proprietário do edifício que alojava o bar "Novo Vício", na localidade de Lamelas. Os dois outros principais arguidos, Paulo S., de 42 anos, e Carlos C., de 40, eram os porteiros do estabelecimento.
No ano de 2013, o dono do bar de alterne terá aliciado os funcionários para que estes pegassem no negócio que ali estava montado, e que já envolvia a atividade de alterne e de prostituição feminina, cujo objetivo era a obtenção de proventos económicos, lucro e angariação de dinheiro. A ideia seria que eles gerissem o funcionamento do espaço mediante o pagamento de uma renda mensal no valor de cinco mil euros, o que estes aceitaram. Desta forma, o dono do edifício passaria a ser apenas um senhorio sem intervenção direta nos negócios livrando-se, assim, de quaisquer investigações policiais.
Para trabalhar no espaço foram recrutadas mulheres, portuguesas e estrangeiras, que aliciavam os clientes a consumirem bebidas alcoólicas e a comprarem serviços sexuais. As bebidas custavam entre 20 a 50 euros e para atos de natureza sexual, os clientes pagavam 50, 60 ou 120 euros.
O Ministério Público teve conhecimento dos rendimentos ilícitos que eles declaravam e comparou-os com o valor do seu património. Paulo S. era detentor de uma fortuna avaliada em mais de 700 mil euros, em que apenas declarou 260 mil. O arguido lucrou ilegalmente, cerca de 455 mil euros. Também Carlos, declarou 100 mil euros de rendimentos mas possuía um património de 120 mil, lucrando 20 mil euros com os crimes. Ao dono do edifício, o Estado exige o pagamento das rendas que superam os 56 mil euros.
Durante a investigação, foram vários os inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que se fizeram passar por clientes do bar “Novo Vício”. Foram abordados por mulheres, maioritariamente brasileiras, que lhes propunham bebidas e serviços sexuais. Através deste “disfarce” conseguiram apurar quem eram as mulheres que estavam no bar, bem como os seus patrões.
Os inspetores que participaram nesta investigação irão testemunhar no julgamento que ainda não está marcado.