Norberto Monteiro é o novo coordenador metodológico do AST Futsal
Novas ideias para o AST Futsal prometem um clube de presente e de futuro.
O AST Futsal vai dar início a um novo projeto baseado nos escalões de formação. O objetivo final passa por evitar ao máximo a habitual mudança dos jovens talentos do clube para outras entidades de futebol, de forma a engrandecer a prática da modalidade e “tornar o AST num clube de referência no futsal”.
A definição desta meta é feita por Norberto Monteiro, coordenador metodológico da formação do clube, que sublinha a vontade de desenvolver competências e qualidades das crianças que, desde muito cedo, integram os quadros do AST.
O plano está assente no subprojecto “AST Sub-14”, baseado na concepção de que, até esta idade, “90 % dos conteúdos técnicos e dos objetivos que são abordados no futebol, são também abordados no futsal”, adianta Norberto Monteiro.
O coordenador metodológico enaltece as vantagens em desenvolver formação em futsal nesta fase inicial do percurso desportivo, mesmo que as crianças optem depois por seguir a modalidade de futebol: “E por que é que é melhor desenvolver aqui formação do que num clube de futebol? Vários fatores. Em primeiro lugar, é muito complicado treinar em condições climatéricas desfavoráveis. Nós podemos fazer uma gestão nesse sentido, em que treinamos em pavilhão nas alturas mais frias e nos sintéticos quando o tempo melhora. Para além disso, o facto dos atletas treinarem em pisos diferentes ou com diferentes bolas torna a sensibilidade deles ao jogo maior”.
O facto de o futsal ser uma modalidade que requer mais toques na bola por jogador é outra das vantagens anunciadas. “Estão mais vezes em contacto com a bola, por isso executam mais. Por outro lado, por se disputar num espaço mais reduzido, o futsal permite também desenvolver melhor a capacidade de tomada de decisão”, enumera Norberto Monteiro.
Trata-se de um projeto sem pressas. “Temos de pensar nisto numa perspetiva de anos e anos. Começar com as crianças que nos chegam, com cinco, seis, sete anos e esperar que eles evoluam, que cresçam e que ganhem afinidade pelo clube, para que depois não saiam para o futebol de 11, que é o que tem acontecido com regularidade. Isso pode ser explicado, talvez, pelo facto de o futsal ser uma modalidade de pavilhão, que, por isso, não atrai tanto a atenção das emissões televisivas”, lamenta o coordenador.
É exatamente este paradigma que se vai procurar inverter com este projeto “tubo de ensaio”, caracterizado assim por Norberto Monteiro. “Ninguém vai ser remunerado. Por isso, tem de se acreditar no projeto. Criar raízes com as pessoas que cá estão. Quanto a mim, estou feliz por fazer algo em que acredito”, conclui.
Não descartando a importância de arrecadar títulos, o coordenador metodológico sublinha como prioridade do projeto produzir atletas de excelência, que, possam, um dia, assumir-se como soluções para a equipa sénior do AST ou até mesmo a seleção nacional do mesmo escalão.