Chulada da Ponte Velha: a grande “cena” vinda de Sanguinhedo
Grupo de Santo Tirso lançou videoclipe que antecede o lançamento de álbum.
A música tradicional portuguesa está bem viva! Para os lados de Sanguinhedo, e quem sabe inspirados pelos belos moinhos e pela bela paisagem que por ali está assentada, descobre-se a música da Chulada da Ponte Velha.
A formação de Sanguinhedo tem levado o nome de Santo Tirso a vários festivais e já deu grandes concertos. Estiveram, por exemplo, presentes na celebração do 25 de abril, na Avenida dos Aliados, na cidade do Porto.
O grupo musical tirsense dedica-se essencialmente ao reportório das chamadas “chulas” - género musical português, de andamento ligeiro, originário do Alto Douro.
Quem vê um concerto da Chulada depara-se com uma variedade de instrumentos tradicionais portugueses. A rabeca chuleira, instrumento idêntico ao violino, mas de braço mais curto, encontra nestes grupos uma oportunidade de se reerguer, visto que, ainda bem há pouco tempo, quase ninguém a tocava.
(Rabeca Chuleira)
Os chocalhos, os ferrinhos, a enorme variedade de flautas e os roncos das gaitas de foles são também presença assídua que permitem uma viagem para outros tempos. A viola amarantina, com o seu som refinado, acompanha também um violão ponteado que toca ao ritmo de um leque de percussão variado.
(Viola Amarantina)
“Por aquela serra acima”
O grupo de música tradicional lançou no dia de ontem um videoclipe que serve de single de apresentação para um disco que deve chegar por volta de finais de setembro, inícios de outubro.
A música é uma recolha de um bendito (cântico popular) da freguesia da Reguenga, concelho de Santo Tirso, intitulado de “Por Aquela Serra Acima”, e conta com a presença especial, na Sanfona, de Ariel Ninas.
Olhando para a letra, conta-nos a história de cegos, de gatos, de amoladores, capadores e ferradores. Aliás, a presença da sanfona está diretamente relacionada com os cegos, que antigamente andavam pelas ruas a tocar o instrumento, como forma de ganhar algum dinheiro.
Para os fãs, é difícil não entrar na dança da chula. Quando se dá por ela, e até mesmo quem não gosta de dançar, ou tem um pé a bater no chão ou está inserido numa roda de dança, onde a vergonha dá aso a uma liberdade difícil de controlar.