Centro Hospitalar do Médio Ave divulga tempos de espera para cirurgias
CHMA responde a críticas que considera serem infundadas.
Em resposta a uma nota de imprensa emitida por um partido político à comunicação social, onde é alegado que os tempos de espera no Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) nas consultas e cirurgias aumentaram, O CHMA decidiu vir a público negar as informações veículadas. De acordo com o CHMA “a nota de imprensa, não traduz a evolução verificada nos últimos anos, nem a situação atual, e pode induzir os leitores em erro, pelo que importa informar sobre a situação atual das listas”, considera a instituição.
Com o objetivo de refutar precisamente essa teoria, a unidade de Saúde que serve os concelhos de Santo Tirso, Vila Nova de Famalicão e Trofa, apresentou os tempos médios de espera para cada serviço. Em Cirurgia Geral existem agora 395 inscritos, sendo os tempos de espera médios de 1,8 meses. Em Ginecologia, segundo o CHMA, existem 519 inscritos, sendo a média do tempo de espera 3 meses. Em Oftalmologia existirão 426 inscritos, com um tempo média de 4,1 meses. Ortopedia tem 731 inscritos e um período de espera médio de 3,2 meses e Otorrinolaringologista tem 259 inscritos e um tempo médio de espera de 2,7 meses. Estes serviços todos perfazem 2330 inscritos e um tempo médio de espera de cerca de 3 meses.
Ainda segundo o CHMA, o tempo máximo de resposta garantido para a generalidade das situações cirúrgicas cuja prioridade é considerada “normal” é de 180 dias (6 meses). No entanto, lembra o Centro Hospital do Médio Ave, “com o livre acesso e circulação no SNS [Serviço Nacional de Saúde], iniciado em maio de 2016, e provavelmente em consequência de dificuldades de outros estabelecimentos de saúde próximos, os pedidos de consulta de Oftalmologia no CHMA tiveram um fortíssimo crescimento a que o Serviço não pôde, até ao momento, responder inteiramente por insuficiência do quadro médico”, informam.
“No início de 2018 o tempo médio de espera para consulta (todas as especialidades, incluindo Oftalmologia) era de 152 dias. Neste momento é de 100 dias. Em suma, ao longo do último ano verificou-se uma redução generalizada dos tempos de espera, quer para cirurgia quer para consulta, e neste momento o tempo de espera médio para a realização de uma cirurgia é cerca de metade do TMRG [Tempo Máximo de Resposta Garantido]”.
No que diz respeito à lista de espera para primeira consulta, o cumprimento do TMRG é assegurado em todas as especialidades, afirma o CHMA em comunicado redigido à comunicação social. Na generalidade, o tempo de espera situa-se entre 30 e 60 dias, com exceção de Psiquiatria e Oftalmologia, onde o CHMA tem em processo de contratação uma médica Oftalmologista e uma médica Psiquiatra.
Leia na íntegra o comunicado enviado previamente pelo partido político:
"A Administração Regional de Saúde publicou no passado mês de dezembro dados relativos ao número de utentes inscritos para cirurgia e consultas de especialidade no Centro Hospitalar Médio Ave, que integra os Hospitais de Vila Nova de Famalicão e de Santo Tirso.
Segundo os dados, no Centro Hospitalar Médio Ave existem 2.439 utentes inscritos para cirurgia, sendo que 187 que não realizaram a cirurgia no tempo máximo de resposta garantido. Ou seja, os tempos estipulados na legislação não foram cumpridos, nomeadamente, para os utentes que foram classificados com prioridade normal (181 utentes), muito prioritário (1 utente) e prioritário (5 utentes).
Quando analisamos os dados por especialidade cirúrgica verifica-se que são as especialidades de ortopedia (739 doentes) e Ginecologia (538 doentes) as que têm mais utentes inscritos.
No que respeita às consultas de especialidade, os dados são também preocupantes, na medida em que 2.466 doentes não realizaram a consulta dentro do tempo máximo de resposta garantido.
Uma análise detalhada aos dados sobre as consultas, permite concluir que são as especialidades de oftalmologia (2.082 utentes) e psiquiatria (200 utentes) as que têm mais utentes cuja consulta não foi realizada dentro do tempo máximo de resposta garantido.
Os dados denotam uma carência de médicos, porém, no procedimento concursal para a contratação de profissionais de saúde, nas áreas Hospitalar, Saúde Pública, aberto no passado dia 19 de dezembro, O Centro Hospitalar não foi contemplado com qualquer vaga para as especialidades de oftalmologia e de psiquiatria.
Pelo exposto, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo que, por intermédio do Ministério da Saúde, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
Que avaliação faz o Governo da situação acima descrita, designadamente do não cumprimento do Tempo Máximo de Resposta Garantido no Centro Hospitalar Médio Ave inscritos para cirurgia e consultas de especialidade?
Que medidas vão ser tomadas de imediato pelo Governo para fazer cumprir o Tempo de Resposta Máximo Garantido no Centro Hospitalar Médio Ave?
Reconhece o Governo que há carência de médicos especialistas em oftalmologia e psquiatria no Centro Hospitalar Médio Ave? Por que motivo, no procedimento concursal para a contratação de profissionais de saúde, nas áreas Hospitalar e Saúde Pública, aberto no passado dia 19 de dezembro, o Centro Hospitalar Médio Ave não foi contemplado com qualquer vaga nas especialidades de oftalmologia e psiquiatria?"
Recorde-se que Joaquim Couto, presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, evidenciou o ano passado a necessidade de haver um maior investimento no Hospital de Santo Tirso.
O hospital de Santo Tirso ingressou em definitivo em 2016 no Serviço Nacional de Saúde, ao invés de passar a ser tutelado pela Santa Casa da Misericórdia, como era pretendido pelo anterior governo. Apesar da reversão da passagem do hospital para a entidade privada ter sido considerado como uma vitória pelo executivo, o edil relembrou o conjunto de investimentos necessários "para repor a insuficiência de investimento dos anos anteriores" e assim colocar o hospital na "linha da frente na prestação de cuidados".
Joaquim Couto frisou que "a Câmara está disponível para acompanhar o Ministério da Saúde na parte complementar desse investimento, se for através de fundos comunitários, disponibilizando 15% do nosso orçamento, cerca de 700 mil euros", disse em 2018.