"Vou voltar à maratona a pensar em Tóquio"20"
Sara Moreira festejou triunfos nas S. Silvestres de Viana e do Porto. A atleta já tem novas metas para alcançar.
Uma fratura de stress que a fez desistir nos Jogos Olímpicos do Rio foi o início de dois anos de calvário para Sara Moreira. Uma entorse, uma rotura de ligamentos, uma anemia e, inevitavelmente, um moral abalado pela maleitas e falta de resultados internacionais desde o título europeu da meia maratona, em 2016, levaram-na a entrar em 2019 pedindo um "grande ano". Isto depois de se ter despedido do anterior com um animador quarto triunfo na S. Silvestre do Porto.
Escreveu no Facebook esperar um grande 2019. É uma forma de afastar uma má fase da carreira?
-Desde os Jogos do Rio que as coisas não têm corrido bem. Foram dois anos muito difíceis. Foi recuperar de lesões, encontrar-me... Acabo o ano em grande, finalmente a sentir-me novamente eu, bem comigo mesma, capaz de trabalhar. Sem trabalho não conseguimos nada e até agora não me sentia capaz. Finalmente ultrapassei essa fase.
Chegou a desanimar?
-Sim. Os Jogos Olímpicos foram muito duros, por muitas razões, nomeadamente pela lesão num momento tão importante e quando estava numa condição fora de série. Estava capaz de lutar por um lugar nas cinco primeiras e isso poderia significar muito. Infelizmente, a minha condição física não me permitiu. Foi duro e da forma como fui tratada tornou-se mais difícil.
E seguiram-se mais duas desistências em maratonas...
-Nas maratonas há muitos aspetos que têm de estar no sítio certo. Não deveria ter ido a Valência [em 2017], não estava em boas condições físicas e só percebi depois. Em Praga [2018] foi diferente: preparei-me bem, mas no dia não me senti capaz. Vim a saber depois que estava com uma anemia. Uma desistência não significaria nada, mas uma a seguir à outra... tudo pesa. Para tirar isso das costas foi preciso muito. Só agora estou a conseguir...
Vai voltar à maratona?
-Vou. Quero ir à maratona dos Jogos de Tóquio. Na primavera vou fazer uma, ainda não se decidiu qual.
Tem mais objetivos para este ano?
-Em termos individuais, o mais importante é carimbar o apuramento olímpico. Em termos coletivos, há os objetivos do Sporting. Foram os únicos, ao longo destes dois anos, que estiveram sempre comigo. Se ainda estou cá a eles o devo e é para eles que vou continuar a trabalhar.
É possível compatibilizar a maratona com as provas pelo Sporting?
-Pelo Sporting vou fazer crosse, o Nacional agora em fevereiro e depois teremos a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Mas é possível encaixar uma maratona nesse período. Obviamente que isto foi conversado com eles.
No verão haverá o Mundial, em Doha. Não vai lá?
-Penso ir. A acontecer, será para correr os 10 mil metros. Mas ainda há muita coisa para estudar. Esperemos.
Fonte: O JOGO online