Pedro Cabrita Reis explica a sua visão
“Uma escultura para Santo Tirso” ou “A Casa do Motor” não foi alvo de vandalismo, segundo o autor da obra.
“Uma escultura para Santo Tirso” ou “A Casa do Motor” não foi alvo de vandalismo, segundo o autor da obra.
Em 2001, Pedro Cabrita Reis foi convidado por Alberto Carneiro para fazer "Uma escultura para Santo Tirso” inspirada numa peça que encontrou num passeio de mota pelo interior do país, no Alentejo.
A construção em tijolo ficou inacabada e o autor interveio futuramente “na pele do objeto escultório, criando uma ilusão que traz até nós a passagem do tempo, do desgaste, da história que passa”, argumentou.
Alberto acabou por falecer e Cabrita não regressou a Santo Tirso para terminar a obra. O escultor falou com o Presidente da Câmara de Santo Tirso sobre a sua vinda à cidade para a exposição “La Grande Table, et al…” e que acabaria a obra em honra de Alberto Carneiro.
A conclusão de “Uma escultura para Santo Tirso” gerou uma onda de reações tanto positivas como negativas, mas o autor da obra referiu-se ao descontentamento cibernético da população como “comentários escondidos no conforto do apartamento que alimentam pensamentos pouco produtivos do empenhamento cívico.”
Da perspetiva do artista “não houve qualquer tipo de vandalismo na intervenção posterior. Eu criei a circunstância para que ficasse aberto o território de intervenção e alguém decidiu que fazia parte dessa intervenção e manifestou-se. Perfeito! (…) A arte continua e perturba.”
O artista lamenta, ainda, que alguns órgãos de comunicação social tenham aproveitado a situação para incentivar e ampliar a critica sem nunca procurarem o testemunho do escultor.
Com 17 anos de existência, a obra "Uma escultura para Santo Tirso” “teve um processo dramático de transformação durante os últimos quatro dias. “É uma peça viva e da cidade de Santo Tirso (…) confesso que estou bastante satisfeito”, referiu Pedro Cabrita.