O adiamento ficou a dever-se ao facto de, durante o julgamento, o tribunal ter concluído que o arguido pai foi cúmplice na prática de um crime de extorsão qualificada. A acusação apontava para um crime de extorsão simples.

"O arguido [pai] quis auxiliar o filho na prática dos factos em causa", disse a juíza, para dar conta do agravamento da qualificação jurídica da acusação.

O advogado de defesa prescindiu do prazo para se pronunciar sobre a alteração, mas a juíza não tinha a sentença preparada, pelo que a leitura foi adiada.

Os arguidos foram detidos a 25 de fevereiro de 2014, pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Santo Tirso, junto ao ateliê de Micaela Oliveira, na Trofa.

O caso começou em dezembro de 2013, quando o arguido filho, então com 19 anos, terá pedido emprego à estilista, alegadamente porque quereria entrar no mundo da moda.

O pedido não foi atendido mas o arguido foi insistindo, até que em fevereiro de 2014 terá exigido à estilista 24 mil euros sob pena de divulgar imagens alegadamente comprometedoras da filha.

A estilista combinou encontro com o arguido no seu ateliê para lhe entregar o dinheiro mas comunicou o caso à GNR, que o deteve logo à saída e apreendeu o dinheiro.

No exterior, o jovem à sua espera o pai e a companheira deste, que também foram detidos.

A GNR realizou ainda uma busca domiciliária, apreendendo computadores, telemóveis, um leitor de MP4 e um 'tablet'.

No processo, apenas são arguidos o filho e o pai.

C/LUSA