Glaciares na Antárctida estão a derreter ainda mais depressa

Desde 2009 que o degelo numa região da Antárctida está a acelerar, revela estudo na revista Science. Mas há quem duvide destas conclusões.

Ciência e Tecnologia

26 MAI '15
Tempo de leitura: 3 min

Os glaciares da Antárctida começaram a derreter mais rapidamente do que o habitual, desde 2009, aumentando o nível médio do mar, defende uma equipa de cientistas que publicou um artigo na última edição da revistaScience. Mas um especialista em glaciares tem dúvidas sobre as conclusões do estudo, considerando que a estimativa de perda de gelo naquela região foi sobrestimada.

 

Os glaciares estudados situam-se no Sul da Península Antárctica, encontrando-se ao longo da costa numa extensão de 750 quilómetros. Estes enormes rios de gelo começaram, repentinamente, a derreter a um ritmo maior por volta de 2009. “Esta área começou a perder gelo muito rapidamente. Não estávamos à espera que isso acontecesse ali”, disse à agência Reuters Bert Wouters, coordenador do estudo, da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

 

A equipa calculou que o degelo anual destes glaciares é de 60 quilómetros cúbicos, equivalente ao aumento em 0,16 milímetros do nível médio do mar todos os anos. Calcula-se que a altura do mar esteja a aumentar três milímetros anualmente.

 

Entre 2002 e 2010, as observações por satélite indicavam que os glaciares estavam a ganhar gelo, devido à neve que ia caindo, à mesma velocidade que perdiam gelo para o mar. Nos últimos cinco anos, as observações foram feitas pelo CryoSat, o satélite da Agência Espacial Europeia, capaz de medir as alturas dos gelos. Através destas observações, detectaram-se os efeitos daquilo que se pensa ser um novo fenómeno surgido por volta de 2009, responsável pela maior perda de gelo para o oceano nos últimos anos.

 

Os cientistas pensam que a aceleração do degelo se deve à mudança de ventos e de correntes oceânicas, que trouxeram águas mais quentes até aquela região. Estas mudanças foram associadas, noutros estudos científicos, ao aquecimento global e à diminuição da camada de ozono na estratosfera.

 

Mas o director do Centro de Observação Polar e de Modelação, na Universidade de Leeds, no Reino Unido, Andy Shepherd, defende que os cálculos podem não ter tido em conta mudanças na queda de neve: “Acho que as novas estimativas de perda de gelo resultantes de modelos de computador são demasiado altas, porque a velocidade dos glaciares nesta região não acelerou assim tanto.”

 

Segundo o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas, a estimativa do aumento do nível médio do mar no final deste século é de um metro – o que será cerca de cinco vezes mais do que o aumento no século XX. Este fenómeno é devido ao aumento das temperaturas. Segundo aquele painel, a probabilidade de os gases com efeito de estufa, lançados para a atmosfera devido à actividade humana, serem responsáveis pelo aumento da temperatura é de 95%.

 

Fonte: Público

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