É mais um hacker informático envolto nas teias da lei. O criador australiano de denúncias Wikileaks, depois de um longo exílio na embaixada do Equador em Londres foi preso esta quinta-feira.

 

O jornalista e pirata informático estava na embaixada desde agosto de 2012.  

 

A entrada da polícia foi procedida a convite da própria embaixada equatoriana. 

 

A relação de Assange com as autoridades do Equador complicou-se no momento em que o Governo do país sul americano o acusou de divulgar informações sobre a vida pessoal do Presidente Lenin Moreno.

 

Antes de se tornar no porta-voz e editor-chefe do WikiLeaks, site que criou em 2006, Julian Assange estudou Matemática e Física. Depois tornou-se jornalista, programador e pirata informático. O australiano, apenas no seu país natal enfrentou na sua vida 30 acusações de pirataria, mas livrou-se nessas alturas do encarceramento pagando multas pelos danos causados.

 

Pelo seu trabalho a denunciar vários casos e informações polémicas de governos de todo o mundo, Julian foi mesmo considerado em 2010 pelo “Le Monde”, um dos jornais mais influentes do mundo, como o “homem do ano”.

 

As investigações que levou a cabo que terão provocado mais mossa na comunidade internacional foram a divulgação de informações secretas sobre alegados crimes de guerra cometidos no Afeganistão e na guerra do Iraque, perpetrados pelo exército dos Estados Unidos.

 

Por muitos considerado alvo de uma cilada, a 30 de novembro de 2010, haveria de ser acusado de violação na Suécia, tendo a Interpol imediatamente colocado-o na sua lista de homens procurados.

 

No dia 7 de dezembro, Assange apresentou-se à Polícia Metropolitana de Londres negando a veracidade das acusações. Foi libertado nove dias depois, mas no final de maio o tribunal supremo do Reino Unido anunciou sua decisão a favor da extradição para a Suécia.

 

Assange, que tinha dupla nacionalidade, perdeu a cidadania sueca e temeu que pudesse ser extraditado para os Estados Unidos e processado por espionagem, fraude e abuso de computadores e até assassinado.

 

Em 2012 o Equador garantiu-lhe asilo político na sua embaixada em Londres, considerado, aos olhos da lei, território equatoriano, embora a polícia secreta britânica, a Scotland Yard o tenha mantido sob um intenso escrutínio. O caso chegou ao extremo de Julian Assange não poder sair nunca da sua residência na embaixada, nem mesmo quando se suspeitava que estaria seriamente doente.

 

A ONU considerou através de um painel de peritos a privação de liberdade de Julian Assange como sendo ilegal. O grupo de trabalho baseou as suas convicções de acordo com a Convenção Europeia sobre os Direitos Humanos

 

Neste momento, tudo indica que Julian Assange possa levar uma pena de prisão perpétua.

 

 

[Em atualização]