Vítor Neves, presidente da associação Europacolon Portugal, mostra-se preocupado com a greve dos enfermeiros que está a decorrer no país e lembra as listas de espera para cirurgia e tratamento oncológico.

Vítor Neves realça ainda a importância imediata que uma cirurgia deste cariz tem de merecer. Todos os dias estão a ser adiadas centenas de cirurgias em vários hospitais, podendo por em causa a saúde dos doentes.

“Independentemente da legitimidade jurídica de cada área profissional poder utilizar o direito à greve como instrumento de pressão reivindicativo, as consequências desta greve, contínua, dos enfermeiros está a aportar danos e sofrimento irreparáveis aos doentes oncológicos”, defende o especialista.

A associação considera de urgência máxima a redifinição dos serviços mínimos na área da oncologia: “Devem ser inseridas dentro desta condição todas as cirurgias oncológicas, todos os tratamentos oncológicos, quimioterapia e radioterapia, iniciais e de continuidade, bem como todos os diagnósticos complementares necessários à definição do diagnóstico e avaliação da evolução dos tratamentos”, pode ler-se no comunicado da associação.

A Europacolon mostrou-se à inteira disposição para um diálogo, de forma a que se consiga chegar a um acordo o mais rápido possível, mas lembra que não há nenhum direito que se possa sobrepor ao da saúde e à vida das pessoas.

Governo já emitiu uma requisição civil

O governo de António Costa reconheceu a necessidade de recorrer à “requisição civil”, uma medida que é acionada em circunstâncias particularmente graves para que seja assegurado o regular funcionamento de serviços essenciais de interesse público ou de setores vitais da economia nacional.

Um dos casos em que a “requisição civil” pode ser acionada é na prestação de cuidados hospitalares, médicos e medicamentosos. No entanto, as últimas notícias são de que o Sindicato Democrático dos Enfermeiros respondeu com uma providência cautelar a esta medida tomada pelo governo.