Suspeitas de fraude na construção das casas em Pedrógão Grande
Os donativos foram desviados para casas que não arderam.
A denúncia parte pela revista Visão onde fez reparo aos esquemas para reconstruções prioritárias que não o eram. Em causa estão quase 500 mil euros, que alegadamente, foram desviados para obras que não integravam a categoria de urgentes.
Vejamos a tragédia em números: em junho de 2017 264 habitações permanentes terão ardido. 10 milhões de euros foram aplicados nessas interversões. 37 milhões foi o valor previsto para investimento, ainda assim, conseguiram angariar 17 milhões de euros em ajudas.
Segundo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), entidade que convergiu os processos de candidatura a apoios financiados com donativos, a presidente do organismo, Ana Abrunhosa, fez seguir sete casos denunciados pela Visão para investigação judicial. Nestas sete casas terão sido investidos 479.176,63 euros, o que perfaz quase 5% dos 10 milhões que a CCDR empregou na reconstrução de habitações danificadas pelos incêndios na região Centro.
As obras prioritárias incidiriam em imóveis que fossem habitações próprias e permanentes: foram alteradas moradas fiscais depois dos fogos, para estas casas não permanentes fossem tratadas como primeiras.
Há casos de favorecimento nas instruções dos processos, num total cerca de meio milhão de euros que terá sido canalizado para situações irregulares.
À Visão, Ana Abrunhosa, referiu que todo o trabalho foi feito com clareza e transparência, mas também admitiu que possam ter sido recuperadas casas que até então não tenham ardido. O Governo assegurou não ter recebido alguma denúncia e a Câmara de Pedrógão Grande não quis responder às perguntas.