O Instituto Nacional de Estatística (INE) fez um levantamento de dados relativamente ao ano de 2017. É na Área Metropolitana de Lisboa que se encontram os rendimentos mais altos do país, tendo em Oeiras o mais alto valor mediano de rendimento. No entanto, é nos Açores, na Vila do Porto, onde existe a maior disparidade de rendimento.

Na obtenção destes dados, o INE utilizou o coeficiente de Gini, um indicador de desigualdade (em que zero significa que todos os cidadãos têm rendimentos iguais e 100 indica que todo o rendimento vem de um único sujeito passivo).

Olhando para a Área Metropolitana do Porto, Santo Tirso surge bem posicionado com menores disparidades de rendimentos. A par do concelho, encontra-se Trofa e Oliveira do Douro, que também apresentam bons indicativos. No entanto, o Porto apresenta um coeficiente de Gini elevado.

Para se perceber o impacto que as disparidades de rendimentos podem ter na economia encontra-se o estudo do Instituto de Estudos Laborais da OIT, intitulado de “World of Work Report 2008: Income inequalities in the age of financial globalization”. Esta investigação concluiu que uma parte importante dos custos da crise financeira e económica está a ser suportada por centenas de milhões de pessoas que não tiveram acesso aos benefícios do crescimento dos últimos anos.

Um certo grau de desigualdade de rendimentos pode ser útil para premiar o esforço, o talento e a inovação, as grandes disparidades podem ser contraprodutivas e prejudiciais para a maioria das economias. No entanto, quando o aumento das desigualdades entre rendimentos é excessivo, representa um perigo para o tecido social e prejudica a eficácia económica.