Sites de notícias falsas sediadas em... Santo Tirso
Chamam-se vulgarmente de 'fake news' e andam nas bocas do mundo. Existem há muitos anos e tendem influenciar negativamente a opinião pública, ou até obter lucro com aquilo que se chama "clickbait", ou seja, a euforia gerada em torno dessas mesmas notícias.
Algumas dessas empresas estarão sediadas no concelho. Em Santo Tirso essas corporações, de origem obscura, de acordo com o jornal "Expresso", criam notícias falsas, principalmente sobre política e depois distribuem-nas em grupos nas redes sociais com milhares de seguidores, que a partir daí, confiando na credibilidade que o aspeto de uma "notícia", as partilham vezes sem conta, num ciclo vicioso de contrainformação.
Algumas dessas empresas, de acordo com o Diário de Notícias e o Expresso, estão também sediadas no Canadá, estando por apurar se haverá alguma ligação com as empresas tirsenses de notícias falsas. As corporações em causa partilham o mesmo IP (uma espécie de pegada, ou matrícula eletrónica) disseminando artigos onde 63% dos portugueses consomem informação, notícias e imagens, favorecendo ou desacreditando pessoas ou grupos políticos nas redes sociais.
Recorde-se que este foi um dos aspetos mais importantes do método de Donald Trump para vencer as eleições nos EUA: servir-se das notícias falsas e alegar que notícias com alegações menos favoráveis contra ele eram falsas. O atual presidente dos EUA até celebrizou a expressão a um ponto que se tornou icónico.
Jair Bolsonaro é outro político que se está a servir (e muito) das fake news, ao ponto da sua candidatura poder ser cancelada por este mesmo motivo, embora isso seja altamente improvável.
De acordo com o Expresso, "vários desses sites estão ligados a uma empresa do Norte, que se autodefine como especializada em “criação e manutenção de sites, reestruturação de sites existentes, desenvolvimento de páginas num ambiente profissional e atraente, otimização de motores de busca (...), criação de imagens e banners, criação e manutenção de páginas em redes sociais”.
A empresa terá sido mesmo a responsável, por exemplo, pela divulgação de uma imagem da dirigente do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, supostamente com um relógio de luxo que valeria 20 milhões de euros, e que vinha acompanhada de uma frase lapidar: “A maior fraude da política portuguesa depois de António Costa.” A fotografia gerou mais de 800 partilhas.