Segundo a meteorologista Maria João Frada, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), “vamos continuar com nebulosidade a norte do Cabo Espichel e muita nebulosidade a sul do rio Douro no interior Norte e Centro e Alentejo, que tende a dissipar ao longo da manhã [de hoje]."

Está prevista uma intensificação do vento no litoral e nas terras altas com rajadas na ordem dos 60 quilómetros por hora.

“Quanto às temperaturas, vamos ter máximas abaixo dos valores normais para esta altura do ano: entre os 23 e os 26/27 graus, sendo mais elevadas no interior do Alentejo e na costa sul do Algarve”, frisou.

Relativamente ao fim de semana, não são esperadas alterações, prevendo-se a diminuição da intensidade do vento.

"Vamos continuar a ter nebulosidade matinal no litoral oeste que poderá persistir no domingo a norte do Cabo Raso. Está prevista até a possibilidade de chuvisco a norte do Cabo Raso. Na costa sul do Algarve vai estar céu limpo com temperaturas máximas entre os 27 e os 30 graus", afirmou.

Segundo o PIMA, esta é uma situação atípica para o verão, sobretudo pela persistência, mas há uma razão para este fenómeno. "Estamos nisto todo o verão basicamente e grande parte da primavera. Esta situação deve-se ao posicionamento do anticiclone dos Açores que tem estado numa posição a oeste do arquipélago. Habitualmente está nesta posição (…) mas mais a leste do que está agora e às vezes mais intenso, estendendo-se em crista até ao Europa Central ou mesmo golfo da Biscaia e dá origem a correntes de leste. Este ano as correntes de leste não se têm verificado”, esclareceu.

Este verão prevê-se apenas um ou dias de calor, mas tirando isso “são sempre as correntes de oeste com entrada de ar marítimo”, relembra a meteorologista. “Não é possível prever quando a situação vai mudar.”

"Quando o anticiclone dos Açores está posicionado a oeste do arquipélago faz com que no Atlântico ocorram depressões, vales nos níveis mais altos da atmosfera, depressões que trazem ar marítimo que dão origem à nebulosidade e a situações de instabilidade como as que têm ocorrido no Norte e Centro com aguaceiros, trovoada e granizo", destacou.

Maria João Fraga, esta situação costuma ocorrer no verão por apenas três ou quatro dias. Talvez haja melhorias na temperatura no final da próxima semana, “mas pode mudar até lá”, lembrou.