“Desejo” é o nome da música dos “Ecos da Cave” que fez mais sucesso e que hoje muitas pessoas ainda escutam num misto de saudosismo e orgulho, e este bem que pode ser a o sentimento que melhor descreve a vontade dos tirsenses perante aquilo que está prestes a acontecer no dia 10 de julho, já que será o dia em que finalmente os “Ecos da Cave”, banda histórica de Santo Tirso, depois de um longo hiato de 22 anos, se irá reunir de novo em palco.

 

 

Os “Ecos da Cave” foram uma banda formada em 1987. Os elementos do grupo inicialmente eram Carlos Lima (guitarra e harmónica), Armindo (baixo), Chico Zé (guitarra), Zé Costa (bateria) e Alfredo (voz). Será precisamente esta a formação que irá celebrar no próximo 10 de julho, em concerto inserido nas Festas de S.Bento, o aniversário dos 30 Anos de criação do Grupo.

 

Os “Ecos da Cave” notabilizaram-se no “Rock Rendez Vous”, onde o grupo tirsense chegou longe, mais concretamente até às meias-finais, num ano em que também participaram bandas como “Quinta do Bill” e “Sitiados”.

 

O tema que apresentaram foi precisamente “Desejo”. Nesse ano, os vencedores foram os "Easy Gents", mas a banda da nossa terra ficou na retina de muitas pessoas influentes da música portuguesa e acabariam por continuar uma carreira relativamente profícua.

 

 

Com este e  outros temas a despontar nesta altura os "Ecos da Cave" fizeram parte da linha da frente do movimento Rock entre os finais da década de 80 e início da década de 90, altura onde pontuavam também nomes como os "Ban", "Diva", "Radar Kadafi", "Três Tristes Tigres", "Sitiados", "UHF" e "Mler If Dada".

 

 

 

Os “Ecos da Cave” gravaram o seu disco de estreia, “As Papoilas do Campo Estéril” em 1991 nos Estúdios Pinguim, editado em Outubro pela El Tatu, editora de Tim dos Xutos e Pontapés. Nas músicas do Lado A constavam “O Voo da Gaivota na Praia Poluída”, “Ariana”, “Espírito Livre”, “Belzebu” e “Dilema”. No Lado B os temas foram “Nocturnos”, “4 Paredes”, “Farrapo Humano” e “Odeio Amar-te”.

 

Em 1992 os “Ecos da Cave” participaram ainda na primeira edição das Noites Ritual Rock. Apresentam algumas composições em inglês e uma versão de um tema de José Afonso, mas o grande momento da banda de Santo Tirso aconteceu no ano seguinte quando foram cabeças de cartaz da primeira edição do Festival Paredes de Coura e ainda no Festival do Ermal.

 

Dois anos volvidos, os Ecos da Cave gravaram nos Estúdios Avé Mania, o disco “O Silêncio Extremo do Aborígena”, que iria incluir temas como “Com o Álcool”, “Vejam Bem”, “Drop Down Dead”, “Grande Lua”, “Corre Como Um Cão”, “Nova Guerra”, “Visão Utópica”, “Parte P'ra Vida”, “Velhote”, “Defeitos Humanos” e “Nada”.

 

O disco malogradamente não chegou a ver a luz do dia, por motivos exteriores à música, e o grupo acabaria por terminar em 1995. Até dia 10 de Julho, altura em que se irão reunir de novo num concerto histórico.