Empresas de pirotecnia estão em risco
A Associação Nacional de Empresas de Produtos Explosivos culpabilizam o Governo de eleitoralismo, estando contra a medida preventiva de proibir os espetáculos de fogo-de-artifício.
Em comunicado pode-se ler "Estamos ao lado do Governo, das autoridades e das populações no que diz respeito ao cumprimento cabal de todas as normas de segurança deste tipo de eventos, mas não podemos deixar de demonstrar a nossa indignação perante medidas avulsas que parecem ter uma base ou uma preocupação meramente eleitoralista".
David Costa, o presidente da Associação Nacional de Empresas de Produtos Explosivos (ANEPE), mencionou que "tal como aconteceu no ano passado, o Governo volta a impor uma medida novamente desprovida de qualquer sentido prático, que se limita simplesmente a proibir sem ter em conta qualquer tipo de critério e sem informar previamente os representantes do setor".
Persistiu dizendo que "Já existe um decreto-lei que restringe a utilização do fogo-de-artifício ou de qualquer outro material pirotécnico em zonas florestais, e que é respeitado pelas empresas do setor, não fazendo qualquer sentido generalizar a proibição quando existem zonas seguras, onde o risco é inexistente".
No início do mês de agosto, e segundo a ANEPE, “a proibição do uso de pirotecnia esteve novamente em vigor e as consequências são imensas e irrecuperáveis". Existem “40 empresas em risco de falência, que representam centenas de postos de trabalho".
"Entre os meses de julho e setembro estão previstos mais de cinco mil espetáculos com recurso a material pirotécnico. A proibição de grande parte destes eventos coloca já em risco de falência 40 empresas, num setor que emprega cinco mil pessoas e que já perdeu, no último mês, cinco milhões de euros", sublinhou a ANEPE, acrescentando que "os meses de julho e agosto representam 70% do volume de negócio das empresas do setor".
Até à data que vigora o alerta vermelho, quarta-feira, o Governo esclareceu que devido ao risco de incêndio em sete distritos, mantém-se a proibição do uso de fogo-de-artifício.
Esta situação foi revelada após o despacho do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, na passada sexta-feira, para os distritos de Braga, Bragança, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
O Governo tem respeito pelas "tradições do país, mas a situação de alerta que se vive no continente, com sete distritos em alerta vermelho, obriga a um cuidado e a uma atenção acrescidos por parte de todos".