Clima de revolta na GNR do Sameiro
Comandante do posto do Sameiro, em Braga, ameaça castigos por militares não passarem muitas multas.
14 dos 18 militares do posto do Sameiro da GNR de Braga dizem-se "desmotivados e apavorados" com a "coação e ameaças", contestando num abaixo-assinado com uma queixa-crime a atitude do comandante perante as multas e castigos não aplicados.
Este abaixo assinado será enviado ao Comando central por causa de que, alegadamente, um sargento tem exercido pressões sobre os subordinados por não passarem mais multas aos automobilistas, sob pena de sanções. Existe uma meta de 15 contraordenações mensais e quem não a cumprir, será punido com mudanças de horários, procedimentos disciplinares e proibição de trocar serviços com os colegas.
A situação tomou contornos de maior gravidade depois do sargento ter enviado um e-mail onde se referia aos que não cumpriam o seu desígnio como "parasitas". Além desta atitude outras, como permitir, após ter negado, a troca de serviços assim que atingissem os objetivos. À entrada do posto, eram exigidas as multas e proibiu os subordinados de fazer as refeições fora.
Os subordinados garentem que este sargento os chama de "incompetentes" e aconselha a aplicação do artigo 171 do Código da Estrada, que permite multar sem identificar o condutor no momento. Um caso de "caça à multa" fica registado um exemplo de 2017, quando num dia de nevoeiro, o sargento determinou que a patrulha começasse a multar “quem não trouxesse as luzes de nevoeiro ligadas”.
Ao JN, o major Bruno Marques, do Comando-Geral da GNR, confidenciou que desconhecia qualquer queixa e salientou que “no Regulamento de Avaliação do Mérito dos Militares, a quantidade de autos de contraordenação não é critério de avaliação."