5 de outubro: Relembre-se porque tem este feriado
No dia 5 de outubro de 1910 foi proclamada a República. 108 anos depois, as coisas em Portugal mudaram. E se dantes o Ultimato britânico, a ditadura de João Franco e o Regicídio pairavam no ar, hoje vivemos em Democracia, fruto da coragem de homens que ousaram enfrentar o regime monárquico.
A Implantação da Républica Portuguesa resultou de uma revolução que se iniciou a 2 de outubro de 1910 e culminou no dia 5, com o Partido Republicano Português a destituir a monarquia constitucional.
As causas para a rebelião foram a humilhação do país face aos interesses coloniais britânicos, os gastos excessivos da família real, um sentimento de descontentamento para com o Clero, a bipartidização no poder e mais tarde a ditadura de João Franco, assim como o atraso económico, científico, industrial e cultural de Portugal.
O nosso país vivia uma crise financeira profunda. As colónias rendiam muito menos dinheiro do que no passado. As remessas vindas de emigrantes no Brasil haviam baixado substancialmente (80%), e Portugal havia sucumbido das suas ambições no âmbito do mapa cor-de-rosa, abdicando do território compreendido entre Angola e Moçambique (Zimbabwe e Zâmbia), por causa de uma ameaça do governo britânico, naquilo que se veio designar de "ultimato".
O Partido Republicano Português que se apresentava como o único que tinha um programa capaz de devolver ao país o prestígio perdido, soube capitalizar a revolta popular entre as franjas mais vastas da sociedade. Os seus grandes líderes ideológicos foram José Félix Nogueira, numa primeira instância, e Teófilo Braga numa segunda, que pegou no trabalho de José Félix Nogueira e o adaptou a uma realidade que fosse também de acordo não só às pretensões do proletariado, mas também da burguesia.
Com isto, e com a crise a que se seguiu após a nomeação de João Franco num regime ditatorial, os partidos monárquicos foram-se dividindo e separando-se cada vez mais.
O Partido Republicano, esse, uma força revolucionária, tornou-se cada vez mais forte e grangeou cada vez mais o apoio popular.
FIM DA CASA DE BRAGANÇA
O país, em 1908, sofreu um regícidio. O rei D. Carlos e o seu herdeiro Luís Filipe foram assassinados em plena Praça do Comércio em Lisboa, naquele que haveria de ser o príncipio do fim do regime da Casa de Bragança. O sucessor D. Manuel II tinha apenas 18 anos e o regime monárquico, tanto pela crescente raiva popular em Portugal como pela sua tenra idade, haveriam de sair enfraquecidos.
Então, o Partido Republicano Português decidiu partir para uma via mais extremista e abandonar o diálogo. Numa reunião decidiram optar por um caminho radical e optar pela luta armada declarada. Com a renitência do exército do governo de então de combater os cerca 2 mil soldados revoltosos, a República foi proclamada às 9 horas da manhã na varanda dos Paços do Concelho em Lisboa.
A data, curiosamente, haveria de ser o dia 5 de outubro, a mesma data que em 1143 se realizou a conferência de Zamora que conferiu a independência de Portugal perante Afonso VII de Leão e Castela.
INÍCIO DA REPÚBLICA
Na senda da revolução, um governo provisório com a tutela de Teófilo Braga (Primeiro Presidente da República de Portugal) dirigiu os destinos do país até à aprovação da Constituição de 1911, dando assim início a aquilo que se designa de "Primeira República".
Entre as diversas alterações, com a implementação do regime republicano, estiveram o hino nacional, a bandeira e a moeda.
Hoje em dia, o voto é universal no nosso território para todos os cidadãos portugueses com idades acima dos 18 anos.