TAP enfrenta nesta quinta-feira segunda greve no espaço de apenas três meses
O encontro que na quarta-feira juntou à mesma mesa o secretário de Estado dos Transportes e os principais sindicatos da TAP não chegou para travar a greve de quatro dias convocada pelos tripulantes e que começa nesta quinta-feira, tratando-se da segunda vaga de protestos que a companhia enfrenta no espaço de três meses, depois da paralisação dos pilotos.
O encontro que na quarta-feira juntou à mesma mesa o secretário de Estado dos Transportes e os principais sindicatos da TAP não chegou para travar a greve de quatro dias convocada pelos tripulantes e que começa nesta quinta-feira, tratando-se da segunda vaga de protestos que a companhia enfrenta no espaço de três meses, depois da paralisação dos pilotos. Havia 25.000 reservas efectuadas, mas a transportadora aérea conseguiu resolver a maioria. Ainda há, no entanto, quatro mil passageiros sem voo assegurado para esta quinta-feira.
A paralisação, que vai repetir-se no sábado e ainda a 30 de Novembro e 2 de Dezembro, foi marcada para exigir que a companhia cumpra o acordo de empresa. O sindicato alega que a administração da TAP, liderada por Fernando Pinto, não respondeu aos apelos de diálogo. E o secretário de Estado Sérgio Monteiro também não conseguiu demover o sindicato dos tripulantes de avançar com os protestos.
A meio do dia de quarta-feira, o governante afirmava: “Não vale a pena estarem com pressões desta natureza porque a nossa posição é só uma e já lhes foi comunicada”. Citado pela Lusa, Sérgio Monteiro levantava o véu a outra das reivindicações do sindicato, de que este nunca falou publicamente. “Excepções orçamentais para além daquelas que foram permitidas no Orçamento do Estado para 2014, isso não pode ser alterado porque perdíamos o equilíbrio que existe na sociedade portuguesa relativamente a outros funcionários públicos”, afirmou.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil pretendia que fossem repostas as anuidades, suspensas desde que o Orçamento do Estado passou a proibir valorizações salariais. E, por isso, o tema da privatização encaixou na discussão como uma luva, já que só a passagem da TAP para as mãos de privados permitirá que a empresa deixe de sujeitar-se a este tipo de regras.
O presidente da companhia também veio fazer um apelo aos trabalhadores. Numa entrevista à TSF, Fernando Pinto afirmou que as greves só devem acontecer “no limite do limite” porque constituem uma “traição aos passageiros”. Depois de um Verão atribulado, com sucessivos problemas técnicos e cancelamentos, o gestor brasileiro enfrenta a segunda vaga de greves em apenas três meses — os pilotos também pararam a 9 de Agosto.
Desta vez, os protestos dos tripulantes estão marcados para quatro dias. E apesar de a TAP ter conseguido alterar as reservas de 14.500 dos 25.000 passageiros com voos marcados, ainda há quatro mil pessoas que poderão ficar em terra nesta quinta-feira, já que a companhia não conseguiu contactá-las para reprogramarem as viagens. Haverá ainda 2800 que vão voar pela PGA, a companhia regional detida pela TAP. Outras 3700 estão protegidas pelos serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral, que asseguram uma ligação de ida e volta entre Lisboa e o Funchal, a Terceira e São Paulo, e pelos voos de regresso de aeroportos internacionais (que são realizados mesmo quando há greve).
A TAP espera que as perturbações na operação comecem a fazer-se sentir a partir da manhã, tendo reforçado as equipas nos aeroportos e nos serviços de reservas para dar apoio aos passageiros que não têm voo garantido. Para sábado, havia cerca de 30.000 reservas efectuadas, mas perto de 10.000 foram já alvo de alterações. Não existem ainda dados sobre o número de voos marcados para 30 de Novembro e 2 de Dezembro.
O SNPVAC espera uma adesão de 90% dos trabalhadores a esta greve, que será a primeira realizada pelos tripulantes desde finais do ano 2000. Houve várias ameaças entretanto, nomeadamente de uma paralisação de dez dias, mas nunca se materializaram.
Fonte: Público